A luz domina o restaurante, invadindo-o pela varanda envidraçada que se abre sobre o oceano. A nossa prova aconteceu à noite, mas facilmente se percebe que, ao almoço, a vista será um trunfo valioso.
O ambiente é tranquilo e confortável, simples, mas, ao mesmo tempo, com um toque de sofisticação, tendo sido pensado de raiz para aquele que é um regresso de Miguel Laffan ao eixo Estoril-Cascais: afinal, foi ali que nasceu.
Mas, vamos à prova. Começamos com marisco – gamba branca ao natural, ameijoas e percebes das Berlengas. Três pratos, do capítulo Mariscador de Cascais, com um denominador comum: a frescura. Continuamos com vieiras com uma proposta mais exótica, das que integram o Atlântico Twist: vieiras com cogumelos selvagens.
Prosseguimos com Robalo da linha com molho à francesa e novamente a frescura domina o paladar, sobressaindo num peixe de lascas branquíssimas cozido a baixa temperatura. E terminamos com carne – sim, neste Atlântico também há lugar para a carne: Do Talho para a Grelha deu-nos a provar uma presa de porco ibérica, acompanhada de batata doce e ananás assados, que só pecou por ter chegado no fim da refeição… Não propriamente no fim, porque ainda houve lugar para a sobremesa: entre creme brulée de maracujá ou mousse de queijo chévre com mel e alfazema, a escolha recaiu sobre… os dois.
Diz o chef que houve a preocupação de ter um menu democrático e transversal, mas não demasiado extenso, com uma cozinha simples, de produto local e nacional, acessível e prazerosa: sabores autênticos, típicos ou mais contemporâneos, cujo denominador comum é a identidade de cada estilo e de cada prato, "sem fusões ou revisitações".
Pela parte que nos toca, provamos e aprovamos.
Este endereço de email está protegido contra piratas. Necessita ativar o JavaScript para o visualizar.