Caixa aposta no fado. Mas sem Porto e sem Fuel

“Espero voltar ao Porto, mas o Caixa Alfama é que é fundamental, que é onde tudo começou”, afirmou Luís Montez, da Música no Coração, durante a apresentação do Caixa Alfama, esta quarta-feira, que vai juntar mais de 40 fadistas nos dias 15 e 16 setembro. Já o Caixa Ribeira, no Porto, ainda não tem data marcada. E a comunicação do evento, antes desenvolvida pela Fuel, passa a ser desenvolvida internamente.

“Não se justifica, porque temos os skills necessários dentro da nossa equipa”, avançou o diretor de Comunicação e Marca da Caixa, Francisco Viana, que revela que o contrato com a agência terminou no fim do ano passado. A comunicação do banco no evento vai, no entanto, seguir a linha de anos anteriores: “Vamos continuar a fazer o que estamos a fazer bem. Vamos apostar na portugalidade e na confiança”, disse o responsável.

“Sem novidades” sobre o Caixa Ribeira, Luís Montez não esconde que gostaria de levar o festival a outros pontos do país. Mas, para já, destaca a realização do evento em Angola, em Luanda a 26 de outubro e em Benguela dois dias depois. Acredita que “os verdadeiros amantes da canção portuguesa já não passam sem esta celebração do fado no coração de Alfama”, motivo pelo qual decidiram dar continuidade ao projeto, numa altura em que é evidente o desinvestimento do banco no território musical.

Para Francisco Viana, “este é um projeto vencedor. A Caixa está em transformação e é urgente parar com os seis anos de prejuízos, o que nos levou a repensar os patrocínios. Mas não havia maneira nenhuma da Caixa Geral de Depósitos não continuar com esta edição do Caixa Alfama. Estamos muito satisfeitos com esta edição, que será a melhor de sempre”.

O banco está “a concentrar as atividades na Culturgest e não a dispersar tanto, como no passado”, adiantou o diretor de Comunicação e Marca, que admite haver “uma preocupação muito grande com o retorno”. “Tivemos de pensar nas melhores opções e decidimos pelos [festivais] que têm melhor retorno, consoantes os targets que queremos atingir. Além disso, apoiar um festival com naming não tem nada a ver com os outros”.

António Zambujo, Gisela João, Marina Mota, Março Rodrigues, José Gonçalez e Sangre Ibérico, Os Metres e “a revelação” Bárbara Santos são os nomes já confirmados para a quinta edição do evento. As marchas de Alfama e da Santa Casa também vão marcar presença. O evento terá dez palcos. Entre outros, o Museu do Fado vai ter palco no Largo do Chafariz de Dentro, a Santa Casa, que volta a patrocinar o evento, dará nome ao palco do Centro Cultural Dr. Magalhães Lima e a Grupo Sportivo Adicense vai transformar-se no Palco Santa Maria Maior, com o patrocínio da Junta de Freguesia de Santa Maria Maior.

“A grande novidade” – avança Luís Montez – são os bilhetes diários, além do passe para todo o festival. O presidente da Câmara de Lisboa, Fernando Medina, também presente na apresentação do festival disse “acreditar muito” neste projeto, que “tem ajudado a catapultar a cidade para o mundo”. “O Caixa Alfama é um grande momento da nossa cidade”, referiu.

av@briefing.pt

 

 

Quarta-feira, 14 Junho 2017 13:03


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