Sharing Economy ou Sharking Economy? As duas!

Foi esta a grande conclusão do XVII Congresso Nacional do Marketing, que decorre hoje nos cinemas NOS Alvaláxia, em Lisboa, subordinado ao tema “Sharing Economy ou Sharking Economy?”. Estará a indústria preparada para esta nova tendência? Como a avaliam e o que estão a fazer? Foi a estas questões que Gonçalo Rebelo de Almeida, dos Hotéis Vila Galé, Miguel Salema Garção, dos CTT, Fernando Bessa, da Air France KLM, e José Queiroz de Almeida, da EDP, procuraram responder.

Na opinião de Fernando Bessa, da Air France KLM, a economia partilhada traz oportunidades mas também problemas, que é preciso enfrentar. Como solução, aponta a criação de regulação para os novos negócios, mas também uma adaptação da já existente.

No entanto, e nas palavras de José Queiroz de Almeida, da EDP, mais do que olhar para os conceitos, é preciso ver como estas ferramentas podem ser utilizadas para melhorar a relação com os consumidores. E é este o grande ponto em comum entre todos os oradores.

O consumidor surge no centro da questão e identificar as suas necessidades é a meta. Tal como diz José Queiroz de Almeida, “na EDP sabemos que as pessoas não precisam de gás natural ou eletricidade por si só, mas sim pelo seu benefício”. Por isso, a EDP está a analisar como pode servir os consumidores, e uma das soluções prende-se com o serviço Energia Solar EDP, que permite aos clientes produzir e consumir a própria eletricidade. “Faz todo o sentido para nós, em vez de termos uma atitude defensiva, estamos lá e fazermos parte”. Isto porque, a “EDP não quer ser o táxi na história da Uber”.

Por sua vez, Gonçalo Rebelo de Almeida, dos Hotéis Vila Galé, adianta que o setor hoteleiro é um setor com muitos pequenos players, sofrendo assim de concorrência internacional, mas também local. Além disso, e quando confrontado com a questão do Airbnb, refere que “a partilha de quartos não é novidade e que já existe há vários anos. A única coisa que mudou foi a plataforma que agora põe em contacto os dois lados”.

Gonçalo Rebelo de Almeida ressalva ainda que “sharing economy” é um termo que está na moda e que é utilizado por realidades que fogem ao conceito. É o caso de pessoas que alugam casas onde nunca viveram – “é puro negócio imobiliário”. Para fazer frente a esta questão, Gonçalo Rebelo de Almeida considera que há realidades distantes e que é preciso compreender quais as motivações dos consumidores. “Estamos atentos e temos que pensar como podemos transformar o produto”. Mas, na sua opinião, “vão continuar a existir consumidores para os vários tipo de oferta”.

Também Miguel Salema Garção afirma que os CTT estão atentos à transformação do mercado e a posicionar-se, sendo que hoje já trabalha B2B, B2C e, agora, C2C. “Estamos a responder a pequenos nichos que possam ser ocupados por pequenos players”.

sb@briefing.pt

 

Terça-feira, 31 Maio 2016 11:48


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