Do lúcio do rio ao incontornável cuscus de Trás-os-Montes, na carta do restaurante Terraçu’s o Douro é continuamente refletido através de um receituário selecionado e da escolha cuidada de produtos locais e sazonais.
O nome do restaurante, situado na emblemática Quinta Nova de Nossa Senhora do Carmo, é uma clara homenagem aos patamares de vinha que, debruçados sobre o curso de água natural, ajudam a compor a geometria cénica do Douro, a região regulamentada e demarcada mais antiga do mundo. Desde 2018 aos comandos do *chef* André Carvalho, profundo conhecedor dos produtos durienses, a cozinha trabalhada no Terraçu’s reflete o receituário do território local e assenta numa tríade imutável de valores: produtos locais, sazonais e sustentáveis.
O resultado são pratos com a identidade da terra, todos eles confecionados sob a égide do *slow food*. O Terraçu’s é, aliás, o único restaurante no Douro com o selo do movimento internacional que, no final dos anos 1980, surge como contraponto à *fast food* e à aceleração da vida moderna.

Cunho de *fine dining*, matéria-prima de excelência e simbiose entre o que é servido no prato e no copo são características que ajudam a definir este espaço que há muito reúne consenso entre os hóspedes da Quinta Nova Winery House Relais & Châteaux, casa oitocentista com um total de 11 quartos, e os visitantes que, oriundos de todo o mundo, procuram descanso na propriedade vinhateira com cerca de 250 anos de história.
Sempre com a missão intrínseca de permitir saborear as coisas com tempo, ao almoço é possível escolher uma de duas propostas gastronómicas: um menu de três momentos (amuse-bouche, entrada, prato principal e sobremesa) e outro de quatro (amuse-bouche, duas entradas, um prato principal e uma sobremesa). Ao jantar a degustação é de quatro momentos (duas entradas, um prato principal e uma sobremesa), sendo que também existem opções à *la carte*.
Nas entradas constam opções como “Gaspacho de couve roxa e gelado de mostarda e manjericão”, “Terrine de cenoura, espuma de queijo da Serra e crocante de especiarias” ou “Trufa fumada e laranja da Quinta Nova”.
Nos pratos principais brilham propostas como o “Polvo com batata confitada e aioli de pimento”, a “Couve-flor confitada com alface grelhada e molho romanesco” ou o “Cuscus de Trás-os-Montes, os cogumelos e a trufa”. Destaque ainda para o “Lúcio com cremoso de alho francês e a endívia”.
Nas sobremesas, ei-los: “O Alperce em várias texturas e gelado de chocolate branco”, “O suspiro com mousse de café e framboesa”, “O cannelloni de figo, creme de pinhão e figo fresco” e ainda “A pannacotta de Vintage com gelado de ruby”, sem esquecer a habitual seleção de queijos.
A harmonização do enólogo contempla ainda uma de duas hipóteses: quatro ou cinco vinhos, todos eles referências da casa. Na carta de vinhos é, aliás, possível encontrar uma diversidade eclética de opções que representam uma viagem completa ao portefólio vínico da Quinta Nova de Nossa Senhora do Carmo, do vanguardista Unoaked ao icónico Mirabilis.
A par da nova carta do Terraçu’s, destaque para menu Origens, continuamente em vigor, que consiste numa narrativa da vida do *chef* André Carvalho distribuída por sete momentos distintos.
Pratos delicados, ingredientes frescos, jogos surpreendentes entre texturas e sabores, e ainda uma natural atenção ao detalhe são elementos adicionais que compõem a experiência do restaurante que procura, na sua essência, espelhar traços da cultura e identidade portuguesas.