Sim, é mais “fácil” criar campanhas para ONG’s uma vez que tendo menos dinheiro (ou nenhum), os niveis de exigência sāo menores. É mais “fácil” elaborar algo que fique bem num video de case-study e envolva pessoas com menos posses ou desfavorecidas. Tem mais impacto. É mais emociante. Mas, apesar de nāo ser sobre esse ‘goodvertising’ que quero falar, a verdade é que a emoçāo está, também, no centro deste texto.
A publicidade tem tido uma evoluçāo acelerada. Tāo rápida como qualquer outro sector do mundo. Acompanha todas as tendências e, em muitos casos, cria-as. Durante 50 anos, a publicidade era unidireccional. Havia uma mensagem. Um canal. Um receptor. Com algumas variantes, era mais ou menos isto. E depois, em 15 anos, a internet, o youtube, o facebook, o twitter, o mobile mudaram isto tudo. Principalmente porque do outro lado agora há pessoas únicas e nāo pessoas colectivas. E como tal, as marcas precisaram de ser mais relevantes. Mais pessoais. Mais emocionantes. Era isso ou corriam o risco de serem trocadas por outras, quais conjuges de discurso balofo e amantes de conteúdo fresco e jovial.
As marcas afunilaram. E afunilaram. E direccionaram. E targetirizaram (credo, esta palavra existe?). E falaram 1 para 1. Como se fossemos pessoas (e nāo é que somos?) E viram que a coisa funcionava. O próximo passo? Apontar a todos. Ao mesmo tempo. Sem dó nem piedade. De forma genial. Relevante. Emocionante.
E em 2013 vimos Real Beauty Sketches da Dove que toca no âmago da auto-estima feminina. Vimos Dumb Ways to Die que, de forma divertida e interactiva, nos ensina como comportar. Vimos Beauty Inside que nos inspira a aceitarmo-nos como somos. Vimos a campanha Smart Cities da IBM que, a fazer dos seus outdoors assentos e outras comodidades para as pessoas, resolve-lhes um problema que nem sabiam que tinham. Vimos como transformar o derradeiro poder catartico do futebol ser utilizado como combustível apaixonante para doaçāo de orgāos. E ainda, vimos que um quadrado de chocolante em falta tem o poder de unir as pessoas de quem se gosta.
Sim, 2013 foi o ano do goodvertising. E espero que tenha marcado o standard em publicidade. Só nos cabe a nós, clientes, publicitários e até as pessoas, outrora chamadas de consumidores, fazer de 2014 o ano do Greatvertising.