Aos 100 anos, a marca belga de chocolates Leonidas chegou a Portugal. Com uma primeira loja em Lisboa e uma segunda no Porto. E a ambição de, até 2020, abrir dez por ano. O responsável por este lançamento, Ricardo Puga, explica que interesse não falta: em apenas nove dias, houve 50 candidaturas.
Briefing | O que levou a Leonidas a instalar-se agora em Lisboa com uma loja própria?
Ricardo Puga | Portugal é uma paixão antiga da Leonidas e acreditamos que seja uma paixão recíproca. A entrada num novo país é sempre muito ponderada e acreditámos ser este o momento certo.
Briefing | E porquê só agora, tendo em conta que estamos a falar de uma marca europeia com 100 anos?
RP | Só há, aproximadamente, 35 anos começámos a expandir-nos para países fora da Bélgica. Sempre o fizemos com muita ponderação. Atualmente, temos 1400 lojas e, nos últimos 35 anos, temos uma percentagem de encerramentos na casa dos 3%, o que demonstra o critério e exigência nas aberturas. Obviamente que as escolhas mais lógicas no início foram sempre os países vizinhos. Não existe uma razão objetiva para esta demora na entrada em Portugal, mas o clima e o parceiro certos são sempre pertinentes. Portugal tem muito sol e talvez por isso a mais baixa percentagem de consumo de chocolate da Europa. Não obstante, acreditamos que é um setor em franco crescimento e a Leonidas entra no momento certo para ajudar a que este crescimento seja ainda maior.
Briefing |O que presidiu à escolha da localização?
RP | A Av. Alvares Cabral (Rato) é uma zona premium da cidade, com história e carisma, tal como a Leonidas. A loja tem muito charme e quisemos que a primeira loja fosse perto das pessoas e, em especial, dos lisboetas. Foi a pensar neles que abrimos esta loja.
Briefing | Qual o conceito desta primeira loja?
RP | É o conceito típico da Leonidas, com mais de 80 variedades de chocolate fresco disponíveis. Em breve, disponibilizaremos uma área de choco café onde vamos servir diversas receitas de café e chocolate.
Briefing | Esta altura do ano foi escolhida a pensar no Natal? Quais os objetivos de negócio até final do ano?
RP | Não podemos dizer que o Natal não é importante, representa provavelmente 40% do volume de negócios anual. Esperamos conseguir faturar neste período de Natal valores próximos dos 60.000€.
Briefing |Depois de Lisboa, qual é a próxima localização? E porquê?
RP | O Porto (abriu dia 7 de dezembro), mais propriamente o Mercado do Bom Sucesso. O Mercado é um local emblemático do Porto, a equipa do mercado quis-nos bastante e nós não conseguimos resistir. Abrimos uma loja de 60m2, com 30 lugares sentados. Mais uma vez num local virado para os portuenses. Neste momento, procuramos conquistar sobretudo o cliente português e, por isso, procuramos localizações no centro das cidades e não propriamente nas zonas turísticas.
Briefing | A Leonidas chega com a ambição de ter 40 lojas em Portugal. A que prazo?
RP | A Leonidas expande-se num sistema atípico de franchising. Atípico, porque não cobra direitos de entrada ou royalties. O único investimento do cliente são as obras da loja (aproximadamente 25.000€) e a exclusividade de só poder vender produtos fornecidos pela Leonidas. Em apenas 9 dias de anúncio oficial da marca, recebemos mais de 50 candidaturas para abrir lojas. Curiosamente, sobretudo de portugueses emigrados ou que já estiveram emigrados e que conhecem a força e sucesso da marca. Até 2020, esperamos conseguir o objetivo de 10 lojas por ano.
Briefing | De que investimento estamos a falar?
RP | Um investimento direto de, aproximadamente, 1,5 milhões de euros e a criação de 150 empregos.
