Briefing | A Restart expandiu este ano para o Porto. A estratégia principal da marca passa pela expansão?
Maureen Ferguson | O ensino profissional está, atualmente, a registar um grande crescimento, e acreditamos que esse crescimento vai continuar. O nosso objetivo é sermos líderes em Portugal. A Restart tem 13 anos de história e formou milhares de profissionais. Em termos históricos, uma grande percentagem dos nossos estudantes são da zona do grande Porto. Após analisarmos o crescimento do ensino profissional e identificarmos uma lacuna na oferta, decidimos expandir para a cidade Invicta.
Briefing | Têm planos para abrir noutras cidades?
MF | No presente o nosso enfoque é em Lisboa e no Porto. Não temos planos, de momento, para expandir fisicamente para outras localizações, mas estamos interessados em oferecer os nossos cursos num formato e-learning no futuro.
Briefing | Pretendem criar sinergias com entidades estrangeiras?
MF | Temos uma parceria com a Full Sail University de Orlando Florida. A Full Sail tem 22 mil estudantes e disponibiliza cursos em muitas das áreas da Restart –Sound & Music, Image & Film, Design, Web Tech, Communications. A parceria com uma universidade americana como a Full Sail coloca-nos numa posição única para oferecer aos nossos estudantes experiências educativas que lhes abrem maiores perspetivas nas suas áreas.
Briefing | A expansão territorial será acompanhada pelo lançamento de novos cursos?
MF | Sim, em Lisboa já criámos novos cursos em Web Tech e Creative Business, por exemplo. No Porto, nalguns casos, oferecemos cursos com uma abordagem diferente. Por fim, também estamos a incluir módulos de ensino de competências não técnicas – “soft skills” – em todos os nossos cursos. Acreditamos que, para preparar os nossos alunos para o mercado de trabalho, o treino técnico precisa de ser complementado com a aprendizagem de competências de liderança, gestão de projeto, e iniciativas colaborativas por exemplo.
Briefing | Quais as áreas que têm tido maior procura?
MF | Estamos a verificar um interesse crescente em Web Development, Digital Communications, bem como Sound & Music. Estamos também muito entusiasmados com um novo módulo de Empreendedorismo que estamos a criar. Além disso, temos várias empresas e organizações que nos abordaram para formar parcerias. Este ano, vamos criar equipas multidisciplinares de alunos que vão trabalhar em projetos específicos com estes parceiros.
Briefing | O que traz a Restart de inovador para o mercado?
MF | Estamos a afastar-nos gradualmente do conceito tradicional de educação em que os cursos se iniciam uma ou duas vezes por ano, com base em ciclos semestrais ou anuais. Este ano, estamos a adotar um modelo de educação ágil, onde os cursos se iniciam e os alunos podem envolver-se em múltiplos momentos ao longo do ano. No Porto, muitas aulas serão lecionadas em estúdios profissionais existentes na cidade, o que permitirá aos alunos trabalhar com tecnologia avançada, bem como ter uma perspetiva real do mercado de trabalho.
Briefing | De que modo pretende integrar a sua experiência como empreendedora na estratégia da Restart?
MF | Uma das lições mais importantes que aprendi ao longo dos anos enquanto empreendedora (e depois de muitos erros) foi saber ouvir o cliente e ser ágil na resposta. É importante movermo-nos rapidamente para compreender e responder às necessidades do mercado. Na Restart, vejo claramente uma oportunidade para nos aproximarmos das necessidades de um mercado que está em constante mudança, inovando na abordagem pedagógica. O meu objetivo é manter uma base forte em termos pedagógicos, com um currículo bem desenhado e rigoroso, e simultaneamente criar experiências educativas diferenciadoras para alunos iniciados e profissionais.