Já teve dificuldade em encontrar um sapato por não gostar do modelo, da pele ou da cor? Foi com base nesta ideia que Gonçalo Henriques e Rafic Daud criaram a Undandy. Uma marca portuguesa de calçado customizado, que com mais de 156 mil combinações tem a ambição de calçar cada homem do mundo com um par de sapatos diferente.
Briefing| A Undandy nasce em S. João da Madeira numa plataforma online. O que motivou este projeto?
Gonçalo Henriques e Rafic Daud | Em primeiro lugar, reparámos que não existia no mercado uma oferta de sapatos para todos os gostos e que diversas pessoas sentiam dificuldade em encontrar o sapato que queriam por não gostarem daquele modelo, daquela pele ou daquela cor. Para além disso, sentimos que havia pouca variedade de modelos no calçado para homem e que muitos se sentiam limitados e sujeitos sempre aos mesmos modelos disponíveis no mercado. Estes fatores, aliados ao preço proibitivo dos sapatos personalizados e feitos à mão, levou-nos a criar a marca Undandy.
Briefing| Qual o conceito da Undandy e a quem se destina?
GHRD | Para nós não existem duas pessoas iguais, por isso a Undandy criou a possibilidade de calçar cada homem no mundo de forma distinta. Através das múltiplas combinações possíveis, somos capazes de oferecer mais de 156 mil milhões (mais precisamente 156 688 257 600) de sapatos diferentes ao gosto de cada um. Como tal, o ADN da marca é fazer com que cada pessoa consiga criar o seu próprio estilo e consiga expressar-se de forma livre e única. Do homem de negócios, ao homem excêntrico, a Undandy destina-se a todos os homens que gostam de dar um toque personalizado aos seus sapatos.
Briefing| E porquê Undandy? O que significa?
GHRD | Um homem com o perfil Undandy faz questão de possuir algo único sem necessitar que o mesmo sobressaia. A expressão “Conspicuously Inconspicuous” é a essência da marca, a exuberante arte de ser discreto.
Briefing| A marca optou por fazer um período de soft launch. Trata-se de uma estratégia para testar a reação do consumidor? Qual o público escolhido?
GHRD | A marca esteve em período de soft launch de maio até hoje, porque considerámos que o verão não seria a altura indicada para fazer o lançamento, e também porque queríamos testar a plataforma de ecommerce.
Durante estes quatro meses, a Undandy vendeu mais de 200 sapatos para quase 20 países, como por exemplo para a Rússia, China, Nigéria, Qatar, Estados Unidos e Canadá.
Briefing| Está prevista alguma campanha de publicidade para comunicar o lançamento da marca?
GHRD | Desde o momento em que vendemos o primeiro par de sapatos a comunicação tem sido feita exclusivamente a nível digital, usando as redes sociais e newsletter para divulgar a marca. Estamos a fazer uma campanha de PR no Reino Unido e em Portugal, apoiada por uma campanha de publicidade no Youtube focada em Portugal, Reino Unido, França e Alemanha. Estas campanhas são apoiadas por marketing digital realizado em Adwords com o suporte da Google, Facebook e outras redes semelhantes.
Briefing| Num mercado tão competitivo como é o do calçado, como se diferencia a Undandy?
GHRD | O que nos diferencia é oferecer ao consumidor a possibilidade de desenhar o seu próprio sapato e de escolher o mais ínfimo pormenor. Preferindo um sapato clássico ou um sapato mais arrojado, é possível escolher o tipo de biqueira, o modelo, o material, a cor dos atacadores e até das costuras. A acompanhar o aumento da tendência das compras online, criámos também uma plataforma de ecommerce única neste tipo de calçado com um elevado grau de realismo e ao mesmo tempo de simplicidade da interface, que permite encomendar um sapato em apenas cinco passos. Ao levarmos o produto diretamente do fabricante para o consumidor, conseguimos ainda atingir uma excelente relação qualidade-preço.
Briefing| A Undandy vende através de uma plataforma online. Está prevista a abertura de lojas físicas próprias?
GHRD| Dentro da tendência do omnicanal, ou seja a possibilidade de adquirir um produto através de diferentes canais de distribuição, o nosso próximo passo será a presença física em espaços distintos com pequenos showrooms, para que o consumidor possa ter uma experiência de compra diferente.
Briefing| A marca disponibiliza apenas modelos masculinos. Para quando uma versão feminina?
GHRD | Depois de muitos pedidos de algumas amigas, vimo-nos obrigados a ter também disponíveis sapatos com números de senhora em alguns dos modelos, mas o ADN da marca é claramente masculino.
Possivelmente, podemos vir a criar extensões da marca para além dos sapatos, mas sempre dentro do universo masculino.
Briefing| Quais as ambições da Undandy?
GHRD | Em termos de faturação, pretendemos atingir 250 mil euros ainda este ano, valor que prevemos aumentar para 750 mil euros em 2016. Em cinco anos, pretendemos que a Undandy seja a marca de referência de sapatos personalizados na Europa e “faça sombra” aos gigantes do setor.
