Apesar de vivermos numa era cada vez mais digitalizada, a PrintPower Europe, iniciativa que se insere no projecto pan-europeu homónimo que tem como objectivo promover a eficácia e a sustentabilidade dos meios impressos, vem revelar que afinal “a percepção de que o papel destrói a floresta é um mito”. As causas principais da desflorestação são, na realidade, a agricultura e os requisitos de combustível domésticos. De acordo com a PrintPower Europe, para a indústria papeleira é apenas utilizado 11 por cento da madeira extraída das florestas mundiais, ao passo que 55 por cento é usado para a produção de energia e 26 por cento para serração.
“As pessoas têm a tendência de esquecer que os emails e as actividades online requerem muita energia e é por isso uma causa de emissão de bastante dióxido carbono”, lembra a PrintPower Europe.
Cada vez mais, os meios digitais e as redes sociais vão ganhando maior popularidade, sendo que todos os dias são publicados novos dados sobre os mesmos estarem a condicionar os meios impressos. No entanto, a perspectiva para o marketing, media e indústria publicitária é ligeiramente diferente, uma vez que os profissionais desta área “estão interessados em meios de comunicação que cheguem aos consumidores de uma forma eficaz em termos de custo”, explica ao Briefing a PrintPower Europe. No território nacional, os dados falam por si: a publicidade online representa apenas 3,6 por cento, contrastando com os 18,7 por cento dos meios impressos. “Antevemos um aumento da publicidade online em Portugal, mas os meios impressos irão continuar a desempenhar um importante papel num plano integrado de media e comunicação”, adianta.
Actualmente, para a maioria das marcas, a abordagem publicitária consiste em comunicar através de vários meios de comunicação. Assim, se por um lado o direct mail é uma boa ferramenta para se obter respostas imediatas, por o outro as revistas são um meio ideal para o relacionamento com consumidores.
“Em quase 80 por cento dos casos os leitores apenas lêem a revista, e não estão envolvidos em outras actividades relacionadas com outros meios. Ver televisão é uma actividade bastante diferente. Os espectadores fazem muitas outras coisas enquanto assistem a um programa; cada vez mais, têm um laptop no colo para aceder à sua página de Facebook ou encontram-se a escrever um SMS no seu telemóvel. Esse benefício único da atenção total faz com que a publicidade seja mais eficaz nas revistas e jornais. As marcas terão a atenção dos leitores e não terão de lutar pela atenção face a outros canais”, explica a PrintPower Europe.
Ainda que em termos monetários a publicidade online seja mais barata que a impressa, certo é que em termos absolutos a primeira se torna mais dispendiosa que a segunda, uma vez que os marketeers e os profissionais de meios de publicidade querem saber o retorno do investimento em média: “Certos canais, para chegar a determinado ponto de contacto, podem ser menos dispendiosos que outros, mas as suas funções na rede não são comparáveis”, afirma a a PrintPower Europe ao Briefing, acrescentando que “os outdoors não podem passar a mensagem da mesma forma que um anúncio de revista, assim como um banner online não é o mesmo que um anúncio de TV de 30 segundos”.
Apesar de vivermos numa sociedade cada vez mais digitalizada, a PrintPower Europe revela que, apesar de tudo, o papel ainda tem muito poder, sobretudo no que se refere à comunicação, salientado que, afinal, substituir os meios impressos por meios electrónicos – como as facturas electrónicas – não é melhor para o ambiente como em tempos se mitificou.
CCB
Fonte: Briefing