Quais têm sido as principais apostas da Região ao nível da promoção do turismo?
Ao nível do produto Gastronomia e Vinhos vamos lançar o “Alentejo Bom Gosto”, a ser desenvolvido ao longo dos próximos dois anos. Este projecto envolve a certificação dos restaurantes, pratos e produtos da Região, a criação da Carta Gastronómica do Alentejo, o lançamento de um roteiro gastronómico que dá a conhecer aos turistas a melhor oferta gastronómica local, e a criação de roteiros eno-gastronómicos de dois, três ou sete dias com operadores turísticos, levando os turistas a visitar as adegas, os lagares, as queijarias e as herdades alentejanas.
Na verdade, a divulgação e promoção do destino Alentejo está sedimentada em quatro vertentes distintas e complementares: a Identidade; o Desenvolvimento do Produto, a Promoção e a área de Monitorização, Formação e Promoção de Investimento.
No que diz respeito à solidificação da Identidade alentejana estamos já a preparar a candidatura do Montado e do Cante Alentejano a Património da Humanidade da UNESCO.
Na vertente de Desenvolvimento do Produto, para além do “Alentejo Bom Gosto”, vamos lançar também um programa piloto de requalificação do produto de Turismo de Natureza no Alentejo e criar ofertas de percursos sustentáveis alicerçadas em redes de gestão e comercialização; apostar na promoção do Turismo Industrial, na designada Zona dos Mármores; reforçar o eixo Arte/Turismo, criando ofertas culturais diversificadas e com valor no Alentejo com incidência em Évora e na zona dos Mármores; dinamizar um plano de dinamização do Turismo Equestre; e apostar numa renovada rede de informação turística da região.
Relativamente à Promoção está em curso o programa de Acção “Aumentar a Visibilidade Turística do Alentejo”, programamos dois grandes momentos de promoção para o mercado interno – as campanhas “Alentejo Tempo para Ser Feliz” (em curso) e a futura “Momentos Tempo” – e estamos a apostar fortemente na dinamização e promoção turística dos Parques Temáticos e de outros pólos de animação do Alentejo, bem como na promoção externa (em parceria com a Agência Regional de Promoção Turística).
Por último, no que concerne à monitorização, à Formação e Promoção de Investimento, a aposta está direccionada ao Observatório Regional de Turismo do Alentejo para acompanhamento de tendências; a uma estratégia de atracção de investimento com o objectivo de dinamizar a interacção entre promotores e parceiros de negócio; e a um plano de formação, essencial para cada vez mais, qualificar o atendimento e a oferta.
Qual o objectivo da Região de Turismo do Alentejo com o evento “Alentejo das Gastronomias Mediterrânicas – Festival Internacional”?
Com esta iniciativa – que celebrou a sua segunda edição – quisemos realizar no Alentejo um grande evento na área do produto Gastronomia e Vinhos, à semelhança do que acontece noutros grandes destinos internacionais, colmatando assim uma lacuna existente. De referir que um dos grandes objectivos deste evento foi, claramente, trabalhar e estruturar, em diversas componentes, este produto, que é, actualmente, a segunda motivação de visita dos turistas ao Alentejo.
A componente da reflexão, do debate, da discussão teve na Conferência Internacional o seu suporte principal, permitindo que diversos agentes falassem e partilhassem experiências neste sector.
Este momento permitiu que se falasse sobre duas áreas bastante importantes. Uma delas foi a candidatura de Portugal ao grupo de países integrados na classificação da Dieta Mediterrânica enquanto Património da Humanidade da UNESCO, sendo que recebemos em Beja os principais promotores que lideram esta candidatura. Julgamos ser bastante importante que este estatuto também seja atribuído a Portugal e o Alentejo, neste contexto, tem um papel determinante, uma vez que tem na sua gastronomia uma riqueza mediterrânica enorme: é o caso do azeite, do pão, das ervas aromáticas, fortemente presentes na cozinha alentejana.
A debate trouxemos, também, o enoturismo e alguns dos casos internacionais de maior êxito, sendo que tivemos como objectivo aprender com as boas práticas e experiências destes exemplos de sucesso, que gostaríamos de ver replicados no Alentejo.
Uma das componentes também bastante importantes neste evento foi a formação. Um produto de qualidade e excelência está dependente de profissionais qualificados. Para tal, preparámos um dia dedicado exclusivamente a estudantes, durante o qual foi possível que estes interagissem com conferencistas que lhes trouxeram exemplos construtivos e inspiradores.
A interacção com a restauração foi, igualmente, relevante para este evento. Mais de 100 restaurantes, por todo o Alentejo, aderiram à Semana das Comidas do Pão, apresentando pratos inovadores inspirados no pão, uma referência essencial na cozinha alentejana.
Finalmente, a Festa das Gastronomias Mediterrânicas fechou este evento. Esta iniciativa que decorreu no fim-de-semana teve uma componente mais mediática e permitiu que o grande público e os turistas interagissem com grandes chefs internacionais e nacionais, através de aulas de culinária e sessões de showcooking e de cozinha com degustação. A intenção foi criar uma forte dinâmica entre a cultura local e os participantes nesta iniciativa.
Que balanço é que faz da iniciativa “Alentejo das Gastronomias Mediterrânicas”?
O balanço é bastante positivo, uma vez que cumprimos os nossos objectivos. Quer a conferência quer a actividade dedicada à formação tiveram uma forte adesão contabilizando cerca de 700 participantes; os restaurantes terminaram a Semana das Comidas de Pão com uma avaliação bastante animadora, inspirados para criarem novos pratos, e as iniciativas com os chefs tiveram lotação esgotada.
Fonte: Briefing