Em comunicado, a dreamMedia afirma ter denunciado à Autoridade da Concorrência (AdC) a alegada tentativa de monopólio da publicidade em Lisboa. Entende que essas reuniões permitiram “à JCDecaux, se esta pretensão fosse aceite, ultrapassar a barreira criada pela AdC, que a impediu, nos últimos cinco anos, de assinar o contrato de concessão com a Câmara Municipal de Lisboa (CML) em regime exclusivo”.
Segundo a empresa, o contrato de concessão de Lisboa vale “entre 40% a 50% de todo o investimento publicitário em mupis em Portugal” e “define o operador ou operadores que irão liderar o mercado da publicidade nos próximos 15 anos”.
“Não tenhamos dúvidas de que esta proposta é uma tentativa de iludir a AdC e de simular uma solução que não pode obter o acordo de ninguém porque é uma mistificação e uma simulação de um entendimento que é temporalmente precário, financeiramente inviável e juridicamente inaceitável, fazendo com que a JCDecaux continue a dominar o mercado e a estabelecer as condições que quiser”, defende o administrador da dreamMedia, António Moita.
“Quem não tiver presença em Lisboa jamais conseguirá criar uma rede de mupis a nível nacional e não seria compreensível que o Município de Lisboa, sabendo disso, autorizasse um acordo de um cartel que coloca em causa todo o mercado da publicidade exterior em Portugal, criando um regime de monopólio ou oligopólio com grave prejuízo para todos os anunciantes, agências e operadores de publicidade exterior”, acrescenta refere António Moita.
Sobre estas acusações, fonte da MOP, contactada pela Briefing, afirma que “não irá fazer qualquer tipo de declarações ou comentários sobre afirmações de outros concorrentes, uma vez que o processo está a ser tratado em sede própria, isto é, pela Autoridade da Concorrência”. Já a JCDecaux, também contactada, ainda não reagiu.