Comissão de Ética destaca número elevado de deliberações da ERC em 2009

Lisboa, 15 dez (Lusa) – O elevado número de deliberações da Entidade
Reguladora para a Comunicação Social (ERC) em 2009 foi hoje sublinhado
no Parlamento pelas bancadas parlamentares, que apontaram também
diversas sugestões para um melhor funcionamento do regulador.


Os
conselheiros da ERC apresentaram hoje na Comissão de Ética o relatório
de atividades e de regulação referente a 2009, ano em que se
“confirmaram tendências” de anos anteriores na “esfera de regulação”,
disse o presidente da entidade, Azeredo Lopes.

O deputado do PS
João Serrano sublinhou o crescimento de deliberações da entidade, “na
casa dos 35 por cento”, o que demonstra que o órgão está a “cumprir o
seu papel”.

O socialista advertiu, contudo, para os “poucos dados
disponíveis sobre as queixas entradas” na entidade, “quantas foram
objeto de deliberação, quantas estão pendentes”, um conjunto de
informações de “difícil acesso” que a própria página Internet da ERC não
ajuda a clarificar. Azeredo Lopes reconheceu que o ‘site’ da ERC não é
‘user friendly’ mas anunciou que em janeiro será lançada uma nova
página.

Pelo PSD, a deputada Carla Rodrigues ressalvou que o
relatório da ERC “tem vindo a melhorar de ano para ano”, sendo um
documento “rigoroso, completo, detalhado”. A deputada levantou a questão
da “auto e co-regulação” dos órgãos, cenário que, defende, deveria
existir com maior profundidade, opinião corroborada pelo presidente da
ERC que admitiu, no entanto, que “por muito que o regulador queira não
pode obrigar ninguém a auto-regular-se”.

Já pelo CDS-PP, a
deputada Cecília Meireles interrogou o presidente da ERC sobre o valor
“extraordinariamente elevado” de deliberações da ERC em comparação com
entidades semelhantes na Europa, o que Azeredo Lopes contrapôs dizendo
que o leque de competências da ERC é alargado por comparação com o plano
europeu, nomeadamente a nível de imprensa, onde em Portugal a entidade
tem poder de regulação e na globalidade dos países não.

A
deputada Catarina Martins (BE) trouxe para debate o pluralismo na
imprensa, a nível político mas não só – a deputada referiu inclusive
dados da ERC que apontam para que a informação seja dada em cerca de 20
por cento dos casos sem fonte e em 50 por cento via fonte única.

O
PCP, por Rita Rato, abordou também a questão da concentração dos media,
frisando a deputada que o aumento de órgãos de comunicação social não
resulta diretamente “em aumento de pluralismo” nos media.

Diversas
bancadas questionaram ainda a entidade sobre as condições da ERC para
fiscalizar a quota de música portuguesa recente que é transmitida nas
rádios, lembrando a nova Lei da Rádio recentemente aprovada.

PPF.

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Esta notícia foi escrita ao abrigo do novo Acordo Ortográfico ***

Lusa/Fim

Quarta-feira, 15 Dezembro 2010 18:59


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