Briefing | Como surgiu a ideia de uma parceria com a embaixada da Marrocos?

Maria do Céu Alcaparra | A ideia de associar o Castelo dos Mouros à cultura marroquina surgiu integrada no projeto “À Conquista do Castelo dos Mouros”, que requalificou o local. Dado que o Castelo dos Mouros é um monumento de grande valor simbólico do passado muçulmano em Portugal, desde início que entendemos que a melhor forma de celebrar o restauro do local seria através de um evento que apresentasse a cultura árabe. Para garantir que o evento era o mais genuíno possível e reunia, no mesmo programa, música, dança, moda, fotografia, gastronomia, sabores e as tradições marroquinas no seu geral, a opção mais natural foi a associação à cultura marroquina. A Embaixada de Marrocos demonstrou-se desde logo disponível para colaborar na preparação do evento e constituiu um elemento fundamental para conseguirmos garantir a sua qualidade.

Briefing | Ao nível da comunicação, quais os objetivos da Parques de Sintra com esta iniciativa?

MCA | Como referido, o Castelo dos Mouros foi recentemente alvo de uma significativa revalorização, realizada através de um investimento superior a 3,2 milhões de Euros, cofinanciado pelo Turismo de Portugal, e que incluiu também escavações arqueológicas que vieram revelar mais sobre o seu passado. A semana de “Marrocos no Castelo dos Mouros” constitui o melhor convite para redescobrir este monumento, potenciando a visita de todos e gerando interesse renovado pelo local. Em termos de comunicação, é fundamental que exista uma razão lógica e interessante para se falar de um local ou projeto, de forma que criar um evento tão profundamente relacionado com a História do Castelo e da cultura árabe, e que ao mesmo tempo apresenta tantas opções em termos de interesses individuais (inclusive com opções como a caligrafia árabe, os showcookings, as tatuagens hena, entre outras) apresentou-se como uma excelente alternativa para gerar interesse e consequentemente apoiar o trabalho de comunicação do local.

Briefing | Quais são as linhas orientadoras da comunicação da Parques de Sintra?

MCA | A Parques de Sintra é uma empresa de capitais exclusivamente públicos, que tem como missão salvaguardar e valorizar a Paisagem Cultural de Sintra (gerindo o Parque e Palácio da Pena, o Chalet da Condessa d’Edla, o Castelo dos Mouros, o Palácio e Jardins de Monserrate, o Convento dos Capuchos, os Palácios Nacionais de Sintra e de Queluz, bem como a Escola Portuguesa de Arte Equestre), mas que não recorre ao Orçamento do Estado. Toda a recuperação e manutenção do património que gerimos é assegurada pelas receitas de bilheteiras, lojas, cafetarias e aluguer de espaços. Atualmente recebemos mais de 1 milhão de visitantes por ano, nacionais e estrangeiros, e esta tem sido há vários anos uma curva ascendente.

A manutenção do crescimento destes números é fundamental para nos permitir continuar a recuperar o património e abri-lo à fruição pública, pelo que é imprescindível que a comunicação seja muito eficaz no objetivo de atrair visitantes aos parques e monumentos que gerimos, tanto ao nível dos visitantes nacionais como internacionais.

Desta forma, a comunicação pretende, por um lado, reforçar junto dos cidadãos nacionais a informação relativa às novidades a conhecer em cada local (espaços restaurados, exposições, concertos, passeios equestres, atividades para crianças e famílias, projetos multimédia, entre muitos outros) e, por outro lado, junto dos cidadãos internacionais, apoiar o reconhecimento dos parques e monumentos de Sintra como elementos imperdíveis aquando de uma visita a Portugal. Adicionalmente, é também muito importante que os cidadãos nacionais tenham conhecimento do nosso trabalho ao nível da proteção e recuperação do património, no qual aplicamos as receitas de bilheteiras também por eles geradas, de forma que a Comunicação se apresenta como essencial para cumprir essa missão.

Briefing | Que importância é que têm as redes sociais nessa estratégia?

MCA | A presença da Parques de Sintra nas Redes Sociais permite, tal como para muitas outras marcas, um contacto mais próximo e mais rápido com os diversos públicos. Através de plataformas como o facebook, onde temos mais de 13.000 fãs, esta relação tem-se tornado muito mais profícua, não só ao nível da capacidade de informar como, de forma muito forte, no que respeita à recolha de feedback sobre o nosso trabalho. Um simples comentário no facebook, seja positivo ou negativo, é sempre analisado cuidadosamente e partilhado com as equipas relacionadas com o tema em questão. É muito frequente adaptarmos estratégias ou formas de gerir situações na sequência de comentários online, pelo que as redes sociais são neste momento fundamentais para o nosso trabalho e um grande apoio para uma melhoria constante.

Briefing | A Parques de Sintra tem ações específicas para turistas e para se promover nos mercados internacionais? Quais?

MCA | Na Parques de Sintra apostamos na promoção internacional a dois níveis: contactos com imprensa internacional (recebendo-os para apresentar os parques e monumentos e enviando informação e imagens dos mesmos) e na promoção em feiras de turismo (para público em geral e, acima de tudo, junto de profissionais do turismo que promovem visitas a Portugal).

Adicionalmente, fazemos alguma promoção e divulgação de informação em locais onde circulam turistas, como é o caso do Aeroporto de Lisboa, dos postos de Turismo e, mais recentemente, das estações de metro de Lisboa (pelas quais temos uma exposição de fotografia dos Parques e Monumentos de Sintra em formato itinerante durante o ano de 2013), resultado de uma parceria institucional.

Briefing | Que valor é que a marca Sintra tem nas atividades da empresa?

MCA | Sintra é já um ícone internacional, com um elevado potencial de diferenciação. A revalorização dos Parques e Monumentos sob gestão da Parques de Sintra integra-se na dinâmica de promoção do destino, e portanto não é possível analisar a marca Sintra e as atividades da Parques de Sintra de forma diferenciada.

Fonte: Briefing