O chief creative officer da Isobar Portugal afirma, ainda, que este é um desafio que os mais jovens já venceram, mas que muitos adultos terão ainda de abraçar.
É que o mundo tornou-se em grande parte digital, e não existe digital sem tecnologia, diz o criativo. João Fernandes assume a responsabilidade de explorar a relação entre as novas tecnologias digitais em ambiente virtual e a interação com o mundo físico, a atividade criativa e a poesia.
Pretende-se, assim, promover uma discussão e demonstração do papel que a tecnologia está a desempenhar nas agências, como está a modificar os processos de trabalho e o produto criativo das mesmas. “O produto de uma agência é hoje mais complexo, porque o número de meios de distribuição da mensagem publicitária aumentaram e tornaram-se também mais complexos. Passámos de modelos muito simples e estáticos, para a integração com canais digitais, para a necessidade de compreender meios que por natureza são dinâmicos, adaptáveis, personalizáveis, influenciados por comportamentos deduzidos por algoritmos, etc…” E sem uma compreensão das possibilidades tecnológicas e uma capacidade real de implementação, as agências não poderão produzir os resultados com que se comprometem e de que se espera.
Com isto em mente, a curadoria de tecnologia endereçou um convite a Frederico Saldanha, da Isobar Brasil e vencedor de um Leão de Inovação em Cannes, que vai intervir com uma conferência, e a Pedro Janeiro, da Novabase, com workshops de design thinking. Uma reflexão que integra o Creative Jam, que João Fernandes considera “a mais nobre ação do Clube de Criativos de Portugal”.
“A atual direção do CCP compreendeu que o papel do Clube deveria desempenhar no panorama da criatividade em Portugal, não se poderia resumir a uma entrega de prémios”. Este ano, reflete-se sobre um tema urgente “exatamente porque o tempo urge”, diz João Fernandes, que afirma ainda partilhar uma ambição com o Clube – “ter o tempo suficiente para fazer bem”.