É uma Harmonia portuguesa, com certeza. Que já #ProvamosEAprovamos

Entrar no Harmonia é como entrar numa pipa, de tal modo este restaurante na zona da Alameda, em Lisboa, remete para o mundo vínico. Remete, igualmente, para a cozinha tradicional portuguesa, ou não tivesse o chef e proprietário, Marco Costa, crescido numa família com raízes em Viseu e desde sempre ligada à restauração.

Conta que foi com a mãe que aprendeu a manusear os produtos e os sabores típicos, mas aperfeiçoou o saber e a técnica na Escola de Hotelaria e Turismo de Lisboa. Trabalhou no antigo Meridien, hoje InterContinental Lisbon, com o chef Eddy Melo. Trabalhou igualmente na cadeia H3 e numa empresa de eventos. Mas, o sonho era outro: ter um restaurante a que pudesse chamar seu.

 Comida portuguesa é no Harmonia. Que já #ProvamosEAprovamos

O sonho começou a concretizar-se no Zé do Cozido, até que o espaço se revelou demasiado modesto para a procura. E Marco Costa fê-lo crescer. Manteve-se na mesma zona da cidade e deu vida nova a dois pisos de um supermercado devoluto. É esta a história do Harmonia, onde agora pode sentir cerca de 130 convivas.

E porquê Harmonia? Mais uma vez, a resposta estás nas origens. Porque era Harmonia da Beira o restaurante que o pai, António Costa, geriu, com os irmãos, durante 33 anos, na vizinha Avenida General Roçadas. “O nome fazia todo o sentido”, diz.

É como que um legado este restaurante que abriu em 2019 para servir comida portuguesa de conforto. “Ainda não tivemos um ano normal”, desabafa, aludindo às restrições nascidas da pandemia.

Este é um restaurante que está, claramente, em harmonia com a tradição vínica nacional. Ou não fora a ligação do vinho com a comida a inspiração de Marco Costa.

Logo à entrada, a garrafeira e o bar, em madeira, confirmam: a carta de cocktails e de sangrias é cuidada, com a preocupação de inovar na mixologia. A carta é longa e criativa nas descrições, o que dificulta a escolha, mas não desilude.

É Harmonia portuguesa, com certeza. Que já #ProvamosEAprovamos

A cozinha, grande, está logo ali, à vista, como que num grande barril, com as aduelas curvas alinhadas como num túnel. Na sala reservada para esta experiência gastronómica, voltamos a encontrar o vinho. Na parede mais longitudinal, um painel em madeira recria os socalcos do Douro, com pequenos círculos abertos para que os clientes ali possam colocar as rolhas das garrafas. Mais ao fundo, uma sala recria um jardim com uma latada, de folhas de videira a penderem do teto quase como um tapete suspenso.

É Harmonia portuguesa, com certeza. Que já #ProvamosEAprovamos

À mesa, o que chegam são produtos nacionais, trabalhados com recurso a técnicas distintas: há pica pau de atum com redução de soja; carpaccio de polvo; um mini hamburger de carne maturada, com cebola confitada em vinho tinto e queijo da serra; e tempura de bacalhau com as bochechas do mesmo. O bife à Harmonia completa o menu. Chega na companhia de molho de natas e cogumelos, com redução de vinho tinto, mas aqui a qualidade da carne falava por si mesma e tinha dispensado a companhia, apesar de harmoniosa.

Comida portuguesa é no Harmonia. Que já #ProvamosEAprovamos

E porque comida de conforto é o que Marco Costa quer oferecer aos clientes – alguns conhecem-no desde miúdo – uma boa aposta é voltar em setembro. Até porque haverá certamente novidades na carta.

fs@briefing.pt

Sexta-feira, 12 Agosto 2022 11:05


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