Com a justificação de que “Portugal está a atravessar um período de grave crise económica, visível nas previsões oficiais que indicam que o Produto Interno Bruto (PIB) terá sofrido uma quebra de 1,6 por cento, no ano passado, num processo recessivo que se aprofundará em 2012” e de que as receitas em publicidade voltarão a contrair-se, o conselho de administração da Económica decidiu iniciar um processo de redução custos com o objetivo de conseguir poupanças anuais de 2,1 milhões de euros.
Entretanto, ao que o Briefing conseguiu apurar, numa reunião do Conselho de Redação (CR) do DE com a direção editorial, António Costa, diretor do jornal, deixou claro que os maiores cortes serão “na área editorial e para-editorial, porque são as que têm maior peso no grupo”.
Na reunião onde estiveram presentes os jornalistas Alda Martins, Ana Maria Gonçalves, Luís Reis Pires, Mónica Silvares e Paulo Pereira, o diretor do DE frisou que “quem está disponível, poderá fazê-lo por sua iniciativa, e cada caso será analisado, mas, simultaneamente, também haverá um conjunto de pessoas que serão convidadas a negociar a saída”.
Ainda assim, para António Costa estas rescisões não vão pôr em causa a qualidade e a aposta do jornal, do canal e do site, designadamente nas áreas core, como economia, empresas e finanças.
“Não vamos deixar de ter as secções que temos hoje: Destaque, Economia, Política, Mundo, Empresas, Finanças, Desporto e Media. Mas haverá uma reorganização de secções”, referiu António Costa ao CR do DE acrescentando: “O quadro em que discuti as rescisões não põe em causa os objetivos editorais definidos (…) o jornal não vai ser redefinido, mas haverá maior integração com o online e a televisão. O jornal vai ter mais opinião, análise e reportagem”, concluindo que o jornal terá secções mais curtas, visto que o número de páginas diárias oscilará entre as 40 e as 48.
E porque “o objetivo é que o Diário Económico não perca qualidade nem a liderança”, na nota a que o Briefing teve acesso pode ainda ler-se que nenhuma pessoa deve ser convidada a rescindir contrato sem o aval de António Costa.
Lembre-se que, segundo últimos resultados do Bareme Imprensa da Marktest, o DE conseguiu um crescimento de 3,2 por cento em relação ao período homólogo de 2010. “Nunca nos 22 anos de história do jornal tinha sido obtida uma audiência de 3,2 por cento, esclareceu António Costa, acrescentando que o melhor resultado obtido até agora tinha sido 2,9 por cento há um ano atrás”, lê-se ainda no comunicado do CR.
Filipe Santa-Bárbara
Fonte: Briefing