A ideia inicial do ENEOGE surgiu de onde?
Este evento foi pensado em Aveiro no II Encontro Nacional de Estudantes de Marketing e Comunicação, evento que também organizo.
Pensei nessa altura que devido à falta de iniciativas deste género, seria interessante juntar os estudantes da área. A ideia ficou e fui-me organizando. Rapidamente, passei do pensamento à acção e em 2010 foi realizada a primeira edição.
“O encontro surgiu como uma oportunidade para colmatar o gap que aparentemente existe no sector”. Esse gap ainda existe?
Sem dúvida que existe um gap na formação de eventos em Portugal, nomeadamente ao nível dos programas dos cursos profissionais. É uma situação que estou a rever e a trabalhar para que no futuro o curso profissional de eventos possa estar melhor estruturado e adequado à realidade. Ao nível do ensino superior esse problema já é menor uma vez que existem excelentes profissionais, que estão no mercado de eventos, que se disponibilizam muitas vezes em prejuízo próprio para dar formação nas várias universidades e faculdades que têm esta oferta formativa.
Em tempo de crise, é relevante falar em eventos?
É importante pensar muito bem. Mas sem dúvida que, para se investir, os eventos são uma excelente opção. Estes revelam-se uma ferramenta de comunicação que aproxima com muita eficácia as marcas aos públicos.
Que análise faz do sector?
Pela pouca experiência que tenho, tenho ideia que neste momento é muito mais viável avançar com eventos próprios do que propriamente ficarmos a aguardar por propostas. A escassez de dinheiro disponível faz com que algumas empresas aceitem eventos de baixo orçamento o que origina eventos de menor qualidade. Esta competitividade faz com que as empresas entrem em guerra de orçamentos para agarrar o cliente e por vezes esqueçam os padrões de qualidade que, como é óbvio, custam dinheiro. Tenho optado por idealizar projectos, ao invés de aguardar que o telefone toque. Ainda acredito que boas ideias e bons projectos têm sempre pernas para andar e ainda acredito que as marcas apostam, mesmo que com esforço, em bons projectos.
Actualmente, faz mais sentido comunicar as marcas nos eventos?
Na minha opinião, sem qualquer dúvida. O nível de retenção da mensagem é muito maior nos eventos do que numa campanha de TV ou rádio.
O tempo que as pessoas passam nos eventos, permite que as marcas patrocinadoras explorem totalmente as emoções do consumidor. Como actuam longe da concorrência, permitem que naquele momento só exista aquela marca e que todos os benefícios percebidos/obtidos tenham muito mais impacto pois não têm a concorrência a querer provar o contrário.
Um painel de luxo para este ENEOGE. Porquê esta escolha?
O principal objectivo deste evento é permitir que os participantes tenham a melhor formação possível e, se possível, com os melhores profissionais. Penso que este painel é excelente e as experiências que irão transmitir no dia 9 serão muito enriquecedoras. Apesar de termos oradores muito mediáticos, o mais importante foi sentir em todos eles a vontade de fazer parte desta experiência e desta partilha. Percebem que é fundamental formar bem os futuros profissionais e, ao fim ao cabo, acabam por estar preocupados, tal como eu, em garantir um futuro melhor no que aos eventos diz respeito.
Fonte: Briefing