Briefing | A Brandia Central tem vindo a assinar a imagem de sucessivos eventos desportivos europeus. O que tem levado a agência a concorrer a estes pitchs?
Miguel Viana | A vontade de internacionalizar. De redefinir os horizontes dos nossos mercados-alvo e naturalmente o reconhecimento que, projeto a projeto, temos vindo a ter. Foi isso que nos levou a participar e a ganhar o concurso de Marca do Euro 2012. Esse projeto tornou-se um case internacional de Marcas de eventos desportivos. Redefiniu a forma como as entidades, organizações e sponsors veem hoje os grandes eventos. Foi por isso com agrado que recebemos novamente o desafio da UEFA para participar num novo concurso para a criação do Euro 2016 em França e que voltámos a ganhar! Isso naturalmente confirmou a nossa apetência para esta tipologia de projetos e um reconhecimento sobre isso. Com agrado recebemos novos desafios de outras entidades e como é já de conhecimento público participámos e voltámos a ganhar novos concursos para a criação de marca de novos eventos. Neste caso “saltámos do futebol para o basket”, voltámos à Ucrânia e desenvolvemos as duas marcas para o EuroBasket2015 (Campeonato Europeu Sénior) e para um público mais novo, o U16 EUROPEAN CHAMPIONSHIP MEN 2013. Outros projetos estão em desenvolvimento com outras entidades, o que revela, de facto, a confiança que o nosso trabalho tem gerado. Neste sector de atividade e noutros.
Briefing | Que significado tem para a agência ser assim selecionada?
MV | Felicidade por estarmos envolvidos na criação de marcas globais que chegam aos quatro cantos do mundo, criando experiências e emoções. Que mais podemos querer? Estes projetos, ainda por cima, têm sido de facto conquistados em âmbito de concurso com as mais reputadas consultoras de branding mundiais e …temos ganho! Isto, num certo sentido, não muda em nada a nossa cultura. Sempre nos dedicámos a cada projeto com a mesma intensidade e com a humildade de sabermos que a cada novo projeto começamos do zero. Mas sabe bem e é um reconhecimento merecido para o trabalho de toda a equipa Brandia.
Briefing | Do ponto de vista criativo que desafios coloca este tipo de branding?
MV | São muitos os desafios. O maior de todos é que estes projetos têm muito de Place Branding. Obrigam-nos a conhecer em profundidade diferentes culturas, a perceber as diferentes expectativas sociais, culturais, económicas, financeiras, e com igual peso, as expectativas dos agentes políticos. Sabe que o Euro 2012 é a marca que mais valor percecionado trouxe à marca Ucrânia? Isso mostra a força que o desporto, enquanto entretenimento, tem nas sociedades de hoje e de como as marcas bem construídas são contentores de emoções poderosíssimas que constroem perceções e redefinem experiências e interações com diferentes públicos. Ter noção deste tipo de impacto é uma responsabilidade que faz parte do próprio desafio de projeto.
Briefing | É diferente criar (para) uma marca nacional? A MO é um dos vossos projetos mais recentes, mas há mais…
MV | A MO é um dos últimos grandes projetos desenvolvidos em Portugal. É verdade. Temos muito orgulho por acompanhar criativamente o crescimento da Modalfa há mais de oito anos e por termos a nossa “cota-parte de culpa” na emancipação da nova MO, cuja personalidade dará muito que falar!
Mas temos desenvolvido projetos em setores muito distintos. Ainda este ano criámos a marca ELEVO, no setor da construção, resultante da fusão da EDIFER, Hagen, Eusébios e Monte Adriano; criámos a Marca da Academia Portuguesa de Cinema e os Prémio Sophia; fizemos o rebranding e packaging da Cerveja Coral. Desenvolvemos um projeto de Place Branding em grande profundidade para Cascais; criámos para a Nutriventures; e acaba de ser lançado um dos mais profundos projetos de Marca em que estivemos envolvidos, o rebranding do Grupo Auto-Sueco, renomeado NORS.
Ou seja, estamos a criar em Portugal. Temos a confiança de muitas marcas portuguesas ou sediadas em Portugal, e todos os dias temos equipas exclusivas alocadas a marcas como a Vodafone, Brisa, CTT, entre outras. Não diferenciamos clientes grandes e pequenos. Trabalhamos todos com a mesma dedicação. Temos orgulho na responsabilidade que temos na coconstrução de valor para essas marcas e todos os dias procuramos provar a confiança que em nós depositam.
Mas confesso que gostaríamos de fazer este processo de internacionalização, também acompanhando as marcas portuguesas nesse esforço e aí…sem perceber porquê… nós, portugueses, quando vamos para fora parece que confiamos mais nos outros do que em quem conhecemos desde sempre. É uma característica comum a várias empresas portuguesas. Se virmos como agem outros países percebemos que as empresas de uma mesma nacionalidade se apoiam muito mais do que nós. Isto não é uma crítica, cada um escolhe os parceiros que quer para uma viagem. É uma constatação.
Mas, voltando a Portugal, não estamos focados apenas neste mercado. Os nossos horizontes têm agora outras cores e outros idiomas. Estamos a desenvolver projetos de grande dimensão e responsabilidade em 12 países diferentes. Ainda recentemente foi lançada a marca do BeachPark, o maior Parque Aquático da América do Sul, situado em Fortaleza, no Brasil. Toda a criatividade desenvolvida nos head-quarters de Lisboa.