Na semana passada estiveram reunidos em Lisboa vários profissionais de franchising a debater o sector, com um grande foco na questão da internacionalização como locomotora do crescimento empresarial. Nesse sentido, Andreia Jotta faz uma análise do sector ao Briefing e explica qual a relevância deste modelo de negócio nos dias que correm.
Em primeiro lugar, “um contexto de maior instabilidade económico-financeira, marcado pela precariedade laboral ou mesmo desemprego, é um dos principais impulsionadores da expansão do mercado de franchising“, começa por referir a profissional. “Assistimos hoje a uma procura e apetência cada vez maior pelo franchising, inclusive como veículo de auto-emprego nos mais variados segmentos do mercado”, complementa Andreia Jotta.
Para quem se quer lançar no mercado e não quer “começar do zero”, este modelo de negócio surge como uma das alternativas mais seguras pois permite “a quem tem pouca ou nenhuma experiência empresarial, abrir um negócio com menos risco e com mais probabilidade de ser bem-sucedido porque beneficia do facto de estar inserido numa rede, de apoio e formação por parte da estrutura do franchisador e da notoriedade de uma marca já existente”.
Por sua vez, na perspectiva do franchisador, Andreia Jotta sublinha que “o sistema de franchising permite crescer empresarialmente a um ritmo que seria impossível com uma estratégia de unidades próprias”. “Muito dificilmente, sem ser neste modelo, seria possível ter recursos financeiros e humanos para abrir 30 ou 40 lojas próprias, dispersas geograficamente, a nível nacional ou internacional, num curto espaço de tempo e com uma estratégia de capital light“, acrescenta a directora geral do IIF.
No caso das marcas nacionais é possível constatar que têm apostado no crescimento via franchising. “Representando actualmente 59 por cento das marcas, os conceitos nacionais tiveram um crescimento de 12 por cento relativamente ao ano anterior (288 marcas em 2009 para 338 em 2010) caminhando para uma maior aproximação de outros mercados como o espanhol por exemplo, onde 81 por cento das marcas já são de origem nacional, ou do francês, com 96 por cento”, explica ao Briefing Andreia Jotta.
Complementando, a profissional acrescenta que “quando analisamos o país origem das novas entradas em 2010, as marcas nacionais dão cartas: 75 por cento são made in Portugal”.
Com o actual contexto económico, o franchising acaba por ser o mote para a internacionalização de muitas empresas. No “movimento exportador, o franchising desempenha um papel muito importante: são já mais de 70 as marcas nacionais que operam no exterior, cerca de 21 por cento das empresas nacionais”.
Tendo estes números em conta, a directora do IIF conclui que em muitas destas empresas, “o peso da facturação fora de Portugal já representa o dobro do volume de negócios no nosso País”.
Sobre o evento deste ano, destaque para o keynote speaker Carlos Coelho, presidente da Ivity Brand, que focou o tema da importância das marcas e de como “gerar mais-valias através de uma marca bem conseguida e apoiada na criatividade e na confiança”.
Filipe Santa-Bárbara
Fonte: Briefing