“Aquilo que era, nos canais generalistas, promessa de variedade, aconteceu o contrário – um afunilamento de géneros”, refere Nuno Artur Silva ao Briefing. Para o director geral da PF, o modelo é hoje em dia mais repetitivo que diverso mas, no global, faz um balanço positivo destes 19 anos: “É melhor ter três [canais] do que um, três linhas editoriais são melhores que uma…”.
Ainda fazendo o balanço da televisão privada em Portugal, Artur Silva dá como bons exemplos a Plural e a sua capacidade de montar uma produtora de telenovelas, e a SIC que considera positivo ter canais pagos e conseguir ter um canal (SIC Notícias) como líder no cabo.
Indagado sobre aquilo que podia ser melhor, o director do canal Q refere que ao início não lhe pareceu a melhor opção entregar um canal à Igreja Católica e menciona que “foi um percurso muito atribulado”. Considera também que deveriam ter existido cadernos de encargos para estimular a produção independente.
“Sinergias e cooperação” é o mote para o futuro dado por Artur Silva. Os projectos devem ser pensados em lógicas de grupo, o realinhamento das parcerias é também importante com vista em novos modelos de negócio.
Apesar de se assumir como defensor do serviço público de televisão, Nuno Artur Silva considera que é o mercado que deve seleccionar quem fica e quem não fica. Para além disso, o director da PF refere que “com o passar do tempo, a questão dos canais generalistas vai deixar de se colocar”.
FSB
Fonte: Briefing