Em declarações ao Briefing, o director executivo da CAEM, Fernando Cruz, justificou o adiamento com razões de “bom senso” e “tranquilidade do mercado”. Na origem está o facto de o mês de Dezembro ter sido reservado para a realização dos testes que permitiriam aferir o sistema e o painel.
No entanto, por ser uma época festiva, colocam-se questões ao nível da mobilidade e da disponibilidade, quer das famílias que integram o novo painel, quer dos funcionários técnicos envolvidos nos testes. Verificou-se assim – segundo Fernando Cruz – que não seria o período ideal para garantir a fidelidade e, sobretudo, a regularidade dos dados a recolher. E chegou-se à conclusão de que “fazia mais sentido” adiar a entrada em vigor do novo sistema a 1 de Fevereiro.
Fernando Cruz explicou ainda que, como todo o processo se atrasou quatro meses, houve a preocupação de agilizar os procedimentos, pelo que, inicialmente, se considerou a data de 1 de Janeiro como realista.
E essa data poderia manter-se, mas, numa tentativa de limitar ao máximo a possibilidade de erro, todos os intervenientes no processo equacionaram, como preferível, o adiamento. O que foi possível porque a Marktest se disponibilizou a manter por mais um mês o seu painel. A questão – sublinhou Fernando Cruz – “foi levantada mutuamente”.
Assim, o novo painel – composto por 1100 lares – será alvo de testes ainda durante o mês de Janeiro. São testes que permitem verificar, nomeadamente, se o software instalado é consistente e se todos os procedimentos são correctos.
Quanto ao facto de a medição de audiências pelo sistema antigo se prolongar num período em que tem início o switch-off do sinal analógico de televisão, o director executivo da CAEM considerou que não deverá verificar-se grande impacto na medição das audiências. Por um lado, a própria Marktest instalou numa parte do seu painel a tecnologia de audiomatching, consistente com a TDT, e, por outro, parece registar-se algum atraso na aquisição de descodificadores, o que minimizará o impacto na recolha de dados neste período transitório.
Fátima de Sousa
Fonte: Briefing