“A Golo FM nasceu para ser uma rádio onde é priorizada a palavra. A música foi sempre um complemento”, diz. “Chegou o momento de dar o salto para versão 2.0 da Primeira Rádio Desporto, deixando cair os espaços musicais que, até aqui, uniam conteúdos informativos, substituindo-os por mais crónicas, mais reportagem, mais programação ao vivo e uma maior participação do ouvinte”, afirma. Neste novo formato, a rádio terá mais programas em direto que desafiam a audiência a dar opinião, mais espaço para comentário, análise e debate com adeptos e especialistas em futebol e abrirá a antena a modalidades desportivas “que, habitualmente, não têm espaço na rádio, através de apontamentos e entrevistas que os darão a conhecer”.
A Golo FM contava com 12 a 15% de música na sua programação desde o princípio das suas emissões, em 2016. Segundo João Vinhas, “a decisão de deixar a música completamente de lado, há muito que estava projetada para meados de 2025, sendo que para esta antecipação contribuiu também a pressão que tem vindo a ser feita sobre o setor pelas associações que dizem representar os direitos de autor e conexos, de músicos e produtores, que estão a preocupar muito as direções, sobretudo das rádios locais que, vivem em aperto financeiro há muitos anos”. “A Golo FM deixa de ter esse problema e passa a ser, além de única Rádio Desporto do país, a única rádio portuguesa onde não toca música”, observa, revelando que a decisão foi, entretanto, comunicada à ERC – Entidade Reguladora da Comunicação Social e à SPA, à Audiogest e às associações do setor.
Além disso, a estação de rádio encontra-se num processo rumo à digitalização total, que prevê concluir no decorrer do próximo ano. “Cada vez mais consolidada a implantação no online e nas redes sociais, onde tem vindo a registar um crescimento contínuo da sua audiência, a GOLO FM vai, gradualmente, deixar de transmitir em frequência modulada (FM), em Portugal”, anuncia o fundador. “Esta decisão, tomada em finais de 2020, em consciência com a preocupação pelos elevados consumos de energia dos centros emissores, apesar de utilizarmos, há muitos anos, equipamentos que possuem sistemas de controle energético, pretende contribuir para redução da pegada ecológica, começando a ser concretizada, coincidentemente, numa altura em que a Europa e mundo vivem uma busca incessante pela diminuição dos gastos energéticos”, remata.
Sofia Dutra
