Há uma valorização clara da eficácia. Palavra de presidente do júri

Há uma valorização clara da eficácia. Palavra de presidente do júriAs marcas querem ser eficazes na gestão dos seus recursos para obter resultados. É esta a visão de Teresa Lameiras, diretora de Marketing da Seat Portugal e presidente do júri da edição dos Prémios à Eficácia, que afirma não ter dúvidas de que esta mentalidade está enraizada nas organizações.

Sobre os prémios propriamente ditos, sustenta que os casos a concurso mostram a qualidade e o rigor com que se trabalha em Portugal. Os vencedores são conhecidos hoje.

Briefing | Qual o desafio subjacente a avaliar a eficácia?

Teresa Lameiras | Nestes prémios, a eficácia é definida pela própria organização como “a contribuição para o negócio”. Sendo este o propósito da comunicação de marketing é também um grande desafio, muito exigente. Para que a análise seja rigorosa é fundamental analisar e avaliar o retorno, a dificuldade, a inovação, a concretização dos objetivos, a medição, os meios, o que contribui de forma decisiva para o êxito, para o resultado. É necessária uma análise cuidada e muito rigorosa centrada no objetivo e na concretização, no resultado real de cada caso.

Briefing | Olhando para esta edição, que balanço faz em termos de quantidade e qualidade dos casos candidatos?

TL | Só posso falar desta edição e verificamos que há muitos e bons casos, o que mostra a qualidade e rigor com que se trabalha em Portugal. Temos excelentes profissionais nas marcas e nas agências que trabalham em conjunto para realizar projetos eficazes, que tragam valor ao negócio. O crescente número de casos a concurso também é sinónimo de reconhecimento do trabalho da organização e de todos os profissionais que ao longo destes anos têm participado neste processo.

Briefing | Em que medida é que a adesão aos prémios é sinónimo de que a eficácia é valorizada pelos anunciantes?

TL | A sua questão é já uma resposta – há uma valorização clara da eficácia do que é feito. As marcas querem ser eficazes na gestão dos recursos para obter os melhores resultados. E esta mentalidade está cada vez mais enraizada na forma de trabalhar dos diferentes players desta indústria que está em permanente renovação. Os recursos continuam a ser limitados e há que os alocar de forma correta, eficaz.

Briefing | Diria que há noção da importância de demonstrar a eficácia da comunicação nos negócios das marcas?

TL | Totalmente. Nem todas as ações têm que se traduzir em vendas imediatas, por exemplo. Pode estar a criar-se um novo mercado, a lançar uma nova marca ou a reposicionar uma já existente. Cada caso é um caso. O que é importante é que os objetivos estejam claramente definidos e que sejam atingidos, de preferência superados, com a mais adequada alocação de recursos. Se o objetivo não for comercial, mas de notoriedade, nada impede que não haja análise da eficácia. Existem oito critérios objetivos que cada jurado utiliza na sua avaliação dos casos e que permitem considerar todas as variáveis que tornam uma campanha eficaz mantendo a equidade na avaliação e premiação.

Briefing | O que é uma campanha de marketing eficaz?

TL | Uma campanha de marketing eficaz é a que tem o nível de retorno a que se propôs, que se destaca pela inovação e diferenciação e que consegue trazer valor ao negócio. Naturalmente que nesta análise terão que ser utilizadas ferramentas de medição ajustadas. Há campanhas que abrem caminho a novas formas como utilizar ferramentas ou suportes disponíveis, de forma eficaz e que entretém. Algumas são campanhas que mudam a forma como as pessoas pensam o mundo ao seu redor e outras são exemplos de grande solidez de marketing construídas com base em novos insights e executadas de forma perfeita.

Briefing | No setor automóvel, que é aquele em que exerce a profissão, como ser eficaz, tendo em conta o elevado grau concorrencial?

TL | O desafio é igual para todos os que trabalham com rigor nesta área: definir bem o porquê e o(s) objetivo(s) da campanha, estruturá-la de forma inovadora tendo em conta o público a que se dirige, alocar os meios necessários ou possíveis, executá-la de forma perfeita e acompanhá-la.

Briefing |Todas as marcas comunicam e cada marca comunica vários modelos. Não há o risco de diluir a eficácia?

TL | A diversidade e a forte concorrência são precisamente uma das variáveis a ter em conta na estruturação de uma campanha e na avaliação da sua eficácia. Tem que haver muito rigor neste trabalho para que o resultado corresponda (e ultrapasse) as expectativas. Temos que nos manter fiéis aos valores que distinguem a nossa marca e que são a nossa força e saber reforçá-los permanentemente. O sector automóvel tem uma grande dinâmica, está habituado a ter que reagir à constante carga fiscal de que é alvo e, para que o negócio não perca valor, é necessário ajustar a estratégia de comunicação em função da realidade do mercado. Ainda estamos em recuperação da crise, simultaneamente estamos a adaptarmo-nos a um mix de canais diferente em que o segmento dos privados tem menos peso e o desafio de assegurar a rentabilidade do negócio mantém-se. Esta é realmente uma tarefa de grande responsabilidade para quem trabalha nesta área: comunicar corretamente, conquistar clientes gerindo da melhor forma os recursos para atingir bons resultados. Criar um bom impacto no curto prazo é fundamental para garantir impacto no médio e longo prazo.

fs@briefing.pt

Quinta-feira, 24 Novembro 2016 13:21


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