Escreve coisas. Fotografa cenas. Considera-se #boaaolonge e #maldissoada. É Madalena Abecasis, a influenciadora que os seguidores – ou #madaleners – conhecem como Tia Lena. O humor é um dos seus cartões de visita e o auge na carreira recente o anúncio de TV que protagonizou com Ricardo Araújo Pereira e que a tornou multiplataforma. Vem aí novo hashtag?
Ser influenciadora é…
…tanto. Aconteceu tão naturalmente, que parece que foi de um dia para o outro. Ainda assim, acho que o termo “influenciador” abrange muitas pessoas, não só as que influenciam realmente, mas também as que são só produtoras de conteúdos. Gosto de acreditar que me incluo no primeiro grupo, porque desde a faculdade que sinto que influencio, de forma natural, as pessoas à minha volta, e isso acabou por se transpor para o Instagram. Ser influenciadora é partilhar aquilo que mais gosto, é ajudar pessoas, é dar visibilidade a casos que necessitam de palco, é muito transversal. Ser influenciadora é tudo isto e também comunicar marcas, desde que façam parte do grupo de coisas que gostamos.
Qual o anúncio mais memorável?
O mais recente da Worten de Natal, em que contracenei com o Ricardo Araújo Pereira. Sinto que foi o auge da minha carreira enquanto influenciadora. Neste caso, a minha imagem não ficou só pelo digital e voou até à TV. Sinto que, com este anúncio, consegui atingir outros públicos que não me acompanham no Instagram, e, por isso, recebi um grande número de novos seguidores curiosos com o meu trabalho e isso é sempre uma mais-valia. Agora, posso dizer que sou multiplataforma.
O que a faz associar-se a uma marca?
Eu tenho de gostar do produto / serviço, e, acima de tudo, tenho de me identificar com os valores da marca. Depois de este primeiro passo estar cumprido, temos de falar a mesma linguagem. Parece clichê, mas os nossos seguidores sabem quando as parcerias fazem ou não sentido. As marcas não estão apenas a comprar espaço numa plataforma, estão também a combinar o tom das suas mensagens com o dos influenciadores. Além disso, a associação da nossa imagem a uma marca tem sempre de ser bem ponderada, e, por isso, valorizo cada vez mais parcerias a longo prazo.
O que mais valoriza numa marca?
Ouvirem o meu lado e considerarem as minhas ideias. Acredito, cada vez mais, que as marcas devem apostar na liberdade criativa dos influenciadores. Sinto que as parcerias têm mais sucesso quanto mais à minha imagem forem produzidos os conteúdos. Os seguidores percebem isso, e os resultados espelham sempre essa sinergia. Penso que o futuro do marketing de influência deve passar por aqui, e, para isso, precisamos chegar a um consenso saudável, em que são cumpridas as guidelines do produto/serviço que se está a comunicar e em que se respeita o tom e a forma de comunicação do influenciador.
Qual a sua marca de sonho?
Sinceramente… não sei! Não tenho assim nenhum sonho em trabalhar com A ou B, até porque já fiz projetos que amei com marcas mais pequenas e outros tantos com marcas grandes que correram muito bem. Há sempre uma ou outra marca que nos fascina mais e continua a haver muito caminho a percorrer.
O que é mais difícil em ser influenciadora?
Penso que o mais difícil é quando retiram do contexto o que eu digo ou escrevo. Algumas plataformas aproveitam as publicações para fazerem notícias, e, para quem não me segue nem conhece o meu caminho ou a linguagem que utilizo, regra geral, corre mal. Mas já me vou habituando e até me rio com algumas pérolas de comentários!
Qual a sua caraterística que destaca?
Realidade, sempre realidade. Eu mostro sempre conteúdo de verdade e acredito que esse é o fator diferenciador que me faz sair a ganhar neste mundo do marketing de influência.
Sofia Dutra
