“Se a única maneira de eu ser bem-sucedido nos negócios é pagando a alguém corruptamente, eu não sou um homem de negócios… Sou um criminoso! Uma pessoa de negócios cria oportunidades dentro da lei e dentro de um quadro ético partilhado pelas empresas, todos nós temos permissão da sociedade para fazer dinheiro, com o reverso de levar para a sociedade alguns bens. E é aqui que a tragicomédia entra: em Itália, por exemplo, a única organização que não é afetada pela austeridade é a Máfia”, começa por explicar Dalla Costa acerca dos princípios éticos que uma empresa deve seguir.
“Existem muitas organizações que são legais e que operam como a Máfia”. Esta é uma das conclusões que o investigador realça na entrevista ao Briefing onde revela que “os estudos mostram que as empresas que trabalham com ética, que constroem a reputação de serem altamente confiáveis e que são íntegras, têm tendência para atrair melhores pessoas, tomar decisões mais rápidas (porque as pessoas confiam umas nas outras) e têm uma capacidade de recuperar dos erros mais facilmente”. “Existem muitos benefícios económicos que estão subjacentes à orientação ética. Boa gestão e boa ética estão de mãos dadas, a crise é apenas uma desculpa para dizer ‘Desculpa lá, tu sabes, se eu pudesse, eu fazia mas não posso…'”, conclui o responsável.
Acerca de procedimentos a ter, o investigador defende que é importante que as empresas desenvolvam a sua responsabilidade social corporativa, não como uma questão de Relações Públicas, mas numa ótica de “Investigação e Desenvolvimento”, para aprender a linguagem ética, para aprender “as sensibilidades morais que devem ir com o marketing”. “A responsabilidade social corporativa torna-se muito mais importante porque é desta maneira que se aprende a preparar o futuro, torna-se muito mais num ‘projeto profético’ do que ‘reativo'”, assume Dalla Costa.
Filipe Santa-Bárbara
Fonte: Briefing