Na McDonald’s, o M também é de mulher

Na McDonald’s o M também é de mulherÀ frente do marketing da McDonald’s Portugal desde maio do ano passado, Inês Lima assumiu a função anteriormente desempenhada por um homem. Mais do que falar em género feminino ou masculino, considera essencial reunir diferentes personalidades e backgrounds. Ainda assim é favorável a que se premeie a liderança no feminino.

Briefing |Qual a influência de uma mulher na direção de marketing de uma empresa?

Inês Lima | Creio que, independentemente de ser uma mulher ou homem, um líder deve conseguir gerar empatia com a equipa e os pares, motivando os colaboradores e mantendo sempre o foco na inovação e a criatividade como metas. Para tal, julgo que o mais importante é considerar diferentes perspetivas, de modo a conseguir ter uma discussão de temas mais abrangentes e tomadas de decisão mais informadas. Mais do que falar em género feminino ou masculino, é essencial assegurar que a direção é o somatório de diferentes personalidades e backgrounds.

Briefing | E na McDonald’s?

IL | No caso da McDonald’s Portugal, empresa que sempre se pautou por uma filosofia de diversidade e igualdade de oportunidades, a atual direção é constituída por três diretoras e dois diretores, sendo um excelente exemplo da crescente liderança feminina no mundo empresarial.

Briefing | O masculino domina na liderança do marketing ou esta atividade não tem género?

IL | Felizmente, esta diferença tem vindo a atenuar-se sendo as direções de marketing e comunicação duas áreas que têm maior percentagem de mulheres a assumir posições de liderança, existindo, em Portugal, excelentes exemplos de liderança no feminino a nível de direções de marketing, com forte impacto nas suas empresas.

Acredito que deve existir um equilíbrio entre as qualidades femininas e as masculinas numa equipa. É muito importante para a saúde da empresa saber capitalizar os melhores atributos de ambos.

Briefing |E quais as qualidades femininas “bem recebidas” no marketing?

IL | As mulheres, de um modo geral, têm qualidades valorizadas nas mais diversas áreas. Contudo, pessoalmente, destacaria a empatia, atenção aos detalhes, visão periférica e dinamismo, a inteligência emocional e a abertura à opinião de terceiros, a par da intuição feminina, que resultam numa liderança democrática, inclusiva e relacional.

Homens e mulheres têm traços inatos de comportamento distintos mas, presentemente, um gestor deve procurar ser uma boa combinação de ambos. Tanto as características tradicionalmente mais femininas, como as que referi previamente, e as competências mais masculinas, como a liderança, imparcialidade e capacidade de tomar decisões. Só abraçando ambos os lados poderemos ter um gestor mais completo e eficiente.

Briefing | Há mais obstáculos para as mulheres enquanto diretoras de marketing?

IL | Julgo que, nos dias de hoje, não existem motivos para persistirem os obstáculos.

Acredito que é, cada vez mais, possível conciliar uma carreira profissional com a vida pessoal e familiar, mantendo um bom equilíbrio entre estas três vertentes. No meu caso, sou, em simultâneo, diretora de uma equipa de 13 elementos, mulher, casada e mãe de três filhos.

Esta entrevista pode ser lida na íntegra na edição impressa, no âmbito de um dossiê alusivo ao Dia da Mulher.

sb@briefing.pt 

Terça-feira, 17 Março 2015 13:24


PUB