Briefing | A SIC Caras está prestes a celebrar o primeiro aniversário. Que balanço faz?
Daniel Oliveira | Muito positivo. Desde logo porque, num contexto socioeconómico, difícil a SIC e a NOS tiveram a ousadia de apostar num novo canal, cujo contexto em que surge é de mutação do próprio mercado televisivo e sobretudo dos hábitos de consumo.
Os canais de televisão já não competem apenas entre si, competem com todos os outros meios e mecanismos em que os consumidores circulam. O propósito continua a ser, em qualquer cenário, o de chegar ao maior número de pessoas possível. Não só que as pessoas nos vejam, mas, a montante disso e por maioria de razão, que tenham acesso à nossa oferta. Como sabe, a SIC CARAS está no serviço digital da NOS e só pode ser vista na divisão do lar em que existe uma box, o que, por um lado, nos liberta do comparativo com os canais que não estão nestas circunstâncias, mas, por outro, influencia as escolhas de programação.
Programar para todos não é o mesmo que programar para alguns, é incomparavelmente mais complexo e cirúrgico apontar a uma franja de público. Dou um exemplo prático: recebemos muitas mensagens de adolescentes que gostariam de ver alguns dos programas da SIC CARAS no refúgio do seu quarto, porque na sala o pai está a ver o futebol ou a mãe a novela. E há uma série de outros exemplos. Por sabermos isso, temos de adequar as nossas escolhas a determinadas realidades sociais mais ou menos aleatórias. Neste caso, o meio determina o fim. Por isso, antes de tudo o resto, o desafio mais premente foi o da qualidade da oferta – a todos os níveis. É inequívoco que esse objetivo, quer na originalidade, quer na exclusividade, foi alcançado, embora nunca esteja terminado.
Briefing | Qual o momento que, para si, marcou o primeiro ano do canal?
DO | São vários. Desde logo a abertura do canal, por tudo aquilo que simboliza e pelo evento que conseguimos criar nesse contexto, mas depois, ao longo do ano, a cobertura da gala dos Globos de Ouro ou a proclamação de Felipe VI como rei de Espanha e a transmissão de eventos como os Grammy, os Golden Globes ou o desfile da Victoria’s Secret e a estreia de uma linha de ficção histórica com ISABEL.
Briefing |A expansão da SIC Caras para outros países é uma hipótese?
DO| Sim, a internacionalização dos canais SIC tem sido uma realidade e continuará a ser, mas não é matéria que esteja sob o meu pelouro, pelo que não me vou alongar em relação à mesma.
Briefing |Ponderam alargar a SIC Caras a outros operadores?
DO| A área que me diz diretamente respeito passa por ajudar a fazer, com as atuais prerrogativas, um canal cada vez melhor e mais sólido, que corresponda a todas as expectativas. A SIC tem uma parceria histórica com a NOS, que muito respeito, pelo que não acrescentarei mais nada.
Briefing | Quais os objetivos do canal para o próximo ano?
DO | Uma das ambições de 2015, e temos já os recursos técnicos para isso, é conseguir estar em cima da atualidade de uma forma mais presente e se possível em direto, quando isso se justificar. Somando isso, naturalmente, à sedimentação das apostas que correram bem e cujas linhas vamos manter. Contudo, o meu grande objetivo de 2015 em relação à SIC CARAS passa por conseguir que o canal chegue a mais lares e com isso se alarguem as suas ambições no domínio da televisão por subscrição.
Briefing | Além dos programas a estrear durante este mês e do acompanhamento dos Grammy Awards e do desfile da Victoria’s Secret têm outras iniciativas previstas para 2015?
DO | Sim, à cabeça de todos os momentos, teremos os Óscares, com uma cobertura ampla, antes, durante e depois da cerimónia. É motivo de grande satisfação termos conseguido somar a todos os eventos dos quais já detínhamos os direitos o momento mais importante do ano para a indústria do cinema. No domínio dos eventos, teremos também os Globos de Ouro nacionais, os Golden Globes, entre muitos outros. No que respeita à produção nacional, a seu tempo serão conhecidas as linhas a seguir, sendo que acreditamos na maioria das apostas que foram tomadas este ano.
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Fazer com que a SIC Caras chegue a mais lares e estar mais em cima da atualidade e em direto. Estas são algumas das ambições que Daniel Oliveira tem para a SIC Caras, o canal de que é diretor e que celebra amanhã, 6 de dezembro, o primeiro.