O digital comanda a vida

Nos primeiros meses de 2020, o Reino Unido saiu da União Europeia, o mundo ficou de quarentena para combater uma pandemia e o incidente racial nos Estados Unidos fez explodir o movimento Black Lives Matter, com 78% da Geração Z norte-americana a usar as redes sociais para o apoiar. Este é um tempo onde uma vacina se desenvolve em 10 meses e o turismo é feito no espaço. “O mundo pula e avança, como bola colorida, entre as mãos de uma criança”.

O mundo muda a grande velocidade e as pessoas adaptam-se, mudando os seus comportamentos com igual rapidez. Este é o ponto de partida quando falamos da digitalização das marcas. O target são pessoas com pensamentos e emoções, que se alteram à medida que a tecnologia transforma o mundo.

Na vida de cada um, o tempo é finito, mas as plataformas digitais parecem não ser, condicionando a forma como os consumidores vivem, trabalham, brincam e compram. Aliado ao aumento dos equipamentos móveis, este ecossistema alterou a jornada tradicional do consumidor, que está exposto a um grande volume de estímulos, gerando desorientação e indecisão. O relatório europeu “The Digital Economy and Society Index (DESI) 2020”, demonstra que 78% da população conjuga as compras em modo offline com as compras online.

Com a informação que está disponível em qualquer lugar e a qualquer momento, não há uma compra com um início, meio e fim: entre websites, redes sociais, e-mails, e outras interações, o mapeamento de todos os pontos de contacto é mais importante do que nunca.

Nesta era de escolha sem fim, a capacidade de proporcionar uma experiência diferenciadora de consumo será a chave para as marcas. Inteligência artificial, realidade aumentada e 5G serão algumas das tecnologias que continuarão a evoluir a uma grande velocidade, melhorando a experiência do consumidor e construindo relações emocionais. Poderão ter inúmeras aplicações, desde a personalização do serviço ou produto, à resposta ao desafio da sustentabilidade ou garantindo a tão valiosa privacidade e proteção de dados.

As marcas devem preparar-se, por isso, para estar onde estiverem os seus consumidores, em todos os seus dispositivos e canais, para criar uma experiência de marca integrada e coerente.

De acordo com um estudo realizado pela McKinsey, a pandemia acelerou globalmente esta transformação nas empresas: a digitalização das suas operações e das interações com os seus clientes avançou o equivalente a três ou quatro anos. Mais significativa foi a adaptação do seu portefólio de produtos e serviços, total ou parcialmente digitais, que evoluiu o correspondente a sete anos.

As empresas bem-sucedidas na resposta aos desafios desta crise implementaram soluções tecnológicas: 75% dessas empresas consideram prioritária a contratação e retenção de talento com competências digitais.

Estima-se, no entanto, que, apenas nos Estados Unidos, faltem mais de um milhão de programadores até 2026, cenário que se repete globalmente, com consequências negativas para as companhias e marcas que tentam acompanhar o ritmo tecnológico.

É essencial que este talento qualificado esteja disponível: seja no longo prazo, com a aprendizagem de código a partir do ensino básico, seja no curto prazo, com escolas de programação com qualidade, onde a requalificação é um pilar essencial. O Fórum Económico Mundial concluiu que metade dos trabalhadores de todo o mundo precisa de se qualificar ou requalificar até 2025, para assumir novas funções impulsionadas pelas novas tecnologias.

Porque as marcas sabem e sonham que o digital comanda a vida.

Tiago Baldaia, Chief Marketing Officer na <Academia de Código_>

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Quinta-feira, 14 Abril 2022 11:11


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