“A APAN está a viver a atual situação como a maioria das organizações desta indústria – com apreensão”, comenta a secretária-geral, Manuela Botelho. “A primeira preocupação, para além de garantir a segurança dos colaboradores, é pensar de que forma podemos continuar a apoiar os nossos associados no dia a dia das suas atividades, por forma a minimizar o impacto futuro”, diz.
A primeira medida da associação para enfrentar a pandemia, revela, foi o início do teletrabalho de toda a equipa. “Mantivemos as reuniões de direção mas em regime de videoconferência, isto porque queremos manter continuar a manter a normalidade possível na nossa atividade o que implica a tomada de algumas decisões de mais curto prazo”, afirma, exemplificando com o adiamento da Assembleia Geral Anual, que se realizará até final de junho, a suspensão do funcionamento presencial da Academia APAN e o trabalho em modelos alternativos online. “De resto, continuaremos a oferecer os serviços à distância que já dispúnhamos como os webinares, aconselhamento jurídico, informação de mercado entre outros”, nota.
Sobre o impacto da Covid-19 no investimento publicitário, entende que para já é difícil estimar, “já que ele depende do setor de atividade, mas, acima de tudo do tempo de duração das medidas relacionadas com a prevenção e mitigação da pandemia a que todos estamos sujeitos”.
“Todos aqueles investimentos que estiverem direta ou indiretamente relacionados com o contacto físico entre as pessoas, como é o caso dos eventos, foram suspensos, bem como algumas campanhas promocionais centradas na promoção de produtos ou serviços. Dito isto, acredito que, em termos globais, o mercado da publicidade pode não crescer e acontecerão algumas “trocas” de investimento entre os diferentes media, com óbvia vantagem para o digital, o que é uma ótima oportunidade para os publishers”, observa.
Mas como se pode diminuir o impacto? Diz Manuela Botelho que “as marcas estão conscientes que fazem parte da vida das pessoas e para isso têm que estar com elas nos bons e maus momentos, ainda que de forma diferente”. “Há estudos que referem de forma clara que as pessoas esperam muito das empresas e recompensam aquelas que estiverem do seu lado atendendo às suas necessidades. E se há necessidade que as pessoas têm neste momento é de mensagens de segurança atual e futura, para além de ajuda na resposta às suas preocupações e necessidades”, afirma, adiantando que “este é o contexto em que as relações podem sair mais fortalecidas ou mais frágeis e é essa a opção que as marcas têm que tomar”. “Porque vai haver um post-crise e as pessoas vão lembrar-se das marcas que estiveram com elas”, acrescenta. Esta é, pois, entende, “uma oportunidade para as marcas mostrarem verdadeiramente o seu propósito, ou seja, qual é verdadeiramente o papel único que desempenha na vida das pessoas, o que é que mudou com esta situação de pandemia e de que forma é que a marca pode ajudar ou ser útil nesta crise”.