O protocolo, que visa a trocar de conhecimento entre os dois sectores, parte de uma realidade em que cerca de 80 por cento dos produtos hortofrutícolas oferecidos pela distribuição moderna são nacionais e comprados, em grande parte, diretamente a produtores e associações de produtores. Mas também uma realidade em que o aprovisionamento nacional para o sector das frutas é de apenas 71,6 por cento, o que significa que o País não é autossuficiente neste segmento.
Esta insuficiência proporciona uma oportunidade de crescimento para a produção nacional e essa é outra das metas da cooperação entre as duas associações. Trata-se de substituir, na medida do possível, a importação destes produtos, o que a APED e a FNOP esperam conseguir através da disponibilização de hortofrutícolas durante todo o ano, não dependendo da sazonalidade.
Outra das metas é aumentar as exportações destes produtos, que, em 2010, representaram 800 milhões de euros mas que a federação do sector espera ver crescer até aos mil milhões já este ano. Uma meta que poderá ser alcançada com o contributo dos associados da APED que já se internacionalizaram, pois poderão funcionar como veículos da colocação de produtos portugueses no estrangeiro.
Para atingir o desiderato de defender a produção nacional e contribuir para a autossuficiência nacional, as duas associações consideram essencial o conhecimento do consumidor: só assim – explicou Isabel Trigo Morais, secretária-geral da APED – será possível adequar a produção às necessidades do consumidor. Necessário será continuar a criar condições atrativas para o consumidor, nomeadamente ao nível do preço. Ainda que aqui, como asseverou o presidente da FNOP, Domingos dos Santos, não seva verdade que os produtos nacionais não são competitivos. “Os portugueses têm sido intoxicados com a informação de que a produção nacional é cara. Mas, se assim fosse, não estaríamos a exportar”, comentou.
Isabel Trigo Morais salientou ainda a importância de criar uma cultura de qualidade dos produtos nacionais, com reflexo no consumidor mas também nas exportações, numa evolução do conceito de que “o que é nacional é bom”.
Este protocolo de colaboração foi firmado pelos presidentes das duas associações, Luís Reis, pela APED, e Domingos dos Santos, pela FNOP.
Fátima de Sousa
Fonte: Briefing