O que é que o happiness manager faz? A Aubay sabe

Acolhe os novos colaboradores com café e bolos, compra presentes para os aniversariantes e organiza almoços todas as sextas-feiras. Estas são apenas algumas das incumbências do happiness manager da Aubay, que gere a felicidade dos cerca de 800 trabalhadores da consultora em tecnologia e integração de sistemas de informação.

 

A ideia de criar um gestor de felicidade, conta o Head of Talent Development & Employer Branding, João Miguel Rodrigues, nasceu em 2017, fruto do perfil do responsável de marketing e comunicação da altura e da vontade de comunicar com os colaboradores de uma forma “mais fun, mais próxima e menos fechada”. A criação da função concretiza a aposta da empresa no bem-estar e felicidade dos colaboradores. E, simultaneamente, ajuda à notoriedade da consultora. Enquanto marca, a Aubay ganha reconhecimento como a primeira empresa em Portugal a dar maior ênfase a esta função” e a “preocupar-se genuinamente” com os colaboradores. Porque, comenta, as pessoas são o mais importante numa consultora.

O happiness manager “é mais uma ferramenta, ainda que fundamental, para a estratégia de gestão de pessoas”. “É aquela pessoa que tem de ter sempre cinco minutos para os colaboradores”. Porque, nota, “estar constantemente a ouvir as pessoas é meio caminho andado para gerir bem as expetativas, a partir da qual se cria a felicidade corporativa”. “Se não ouvirmos os colaboradores estamos à deriva e o feedback é o GPS, o veículo condutor da melhoria da empresa”, observa.

Mas o que faz exatamente o happiness manager? Além do papel estratégico, é também muito operacional. Idealiza as quatro festas anuais da Aubay, aproximando-as da cultura da empresa, e recebe as pessoas, fazendo-as “sentir-se em casa”. É também isso que faz, ao acolher os novos colaboradores, todas as semanas, em sessões “com cafés e bolos”. Conhece-os – são, carinhosamente, chamadas Aubilous –, sabe os seus nomes, e, “idealmente”, os dos cônjuges e filhos. No aniversário, brinda-os com um telefonema e com uma prenda. Além disso, todas as sextas-feiras organiza um almoço, nas sedes de Lisboa e Porto, para o qual são todos convidados. “A taxa de adesão é fantástica”, partilha João Miguel Rodrigues, concretizando que, na capital, a média é de 240 pessoas. E, para os consultores que estão a trabalhar fora, é enviado o almoço às quintas. “É um pequeno mimo, que mostra à pessoa que, mesmo estando fora, não está esquecida”. Outros mimos são a entrega de um kit de boas-vindas aos filhos dos colaboradores (os Bambilous) e a oferta de um presente mais pessoal quando um colaborador está doente ou como prémio de desempenho.

É, pois, a cara de uma série de iniciativas que visam a felicidade, em que se incluem a academia de formação, criada no ano passado e que tem vários cursos, nomeadamente de línguas, e que também os cônjuges dos trabalhadores estrangeiros podem frequentar – de forma a facilitar o processo de integração. A Aubay promove ainda um conjunto de ações que visam trabalhar o sentido de comunidade, momentos de team building “com bastante frequência” e os Meet & Tech, eventos mensais sobre tecnologia, num “formato descontraído”. Nutricionista e apoio psicossocial gratuitos, descontos em “centenas de marcas” e uma plataforma de carsharing e de colocação de anúncios de classificados são outros benefícios. Assim como prémios para quem identifica oportunidades de negócio ou referencia pessoas para os processos de recrutamento, bem como a existência de um canal aberto para sugestões de melhorias. A comunicação é, aliás, “fundamental” para a felicidade numa organização: “É uma questão de gestão de expetativas e de ouvir as pessoas”, diz. E levá-las à sede, fazendo-as sentir-se em casa, o que, tratando-se de uma consultora, ganha especial relevância.

Todas estas ações não são, porém, suficientes se o salário não for “digno”. João Miguel Rodrigues admite, “sem dúvidas”, que a felicidade do trabalhador tem uma relação direta com o salário, muito embora não seja tudo. “Só faz sentido ter qualquer ação neste âmbito quando as necessidades básicas do indivíduo estão supridas e, para isso, é preciso um salário digno”, nota. Entende que a Aubay tem de se preocupar com o salário emocional, com aquilo que vincula a pessoa à empresa extrassalário. Acredita que “só assim se retém o talento”.

sd@briefing.pt

 

Quarta-feira, 18 Dezembro 2019 12:47


PUB