O que esperar das Conversas APAN? A Manuela conta

Que caminhos devem seguir as marcas para alcançarmos um mundo melhor? Qual o papel do marketing na transição para uma sociedade mais sustentável e justa? Existe uma nova agenda para a Humanidade? Estas são algumas das perguntas que dão o mote à segunda edição das Conversas APAN, que acontece esta sexta-feira, em formato digital. Certo para a secretária-geral da Associação Portuguesa de Anunciantes (APAN), Manuela Botelho, é que os consumidores se envolvem mais com as marcas com quem partilham causas e propósitos.

Briefing | O que está na agenda para a segunda edição das Conversas APAN?

Manuela Botelho | O nosso objetivo com estas iniciativas é promover momentos de reflexão relevantes sobre as mudanças que estão a acontecer na sociedade e nas empresas. Desta vez vamos lançar a discussão sobre se existe, ou não, uma nova agenda para Humanidade, que questiona os valores, causas, crenças e impactos das marcas. E nesse âmbito discutir o papel do marketing na transição para uma sociedade mais sustentável e justa.

O tema está a gerar tanto interesse nas pessoas, mesmo em círculos fora do marketing e da publicidade, que decidimos a título excecional abrir esta edição das Conversas APAN a todos, de forma gratuita, sem necessidade de pré-inscrição. Quem tiver interesse e quiser assistir, basta ir amanhã dia 18 pelas 9,30h ao site APAN Future Lab e clicar nas Conversas APAN, edição “Melhor Crescimento, Melhor Sociedade, Um Mundo Melhor.”

 

O que motivou o convite ao cardeal Dom José Tolentino de Mendonça?

É um convidado especialíssimo. Um pensador que aceitou partilhar connosco a sua visão para construir um mundo melhor. Uma visão a que o mundo das marcas e do marketing não estará tão habituada porque é um olhar de um homem de fé, que não tendo a linguagem do marketing conhece bem a alma das pessoas. E é precisamente por isso que este é uma edição tão especial. Vivemos tempos desafiantes, que nos colocam a cada dia perante situações que ainda há bem pouco tempo consideraríamos impossíveis. Tempos diferentes que, por isso mesmo, exigem visões diferentes. E Dom José Tolentino vem colocar-nos perante nós próprios, lembrar-nos que estes são tempos para os quais nãos temos as respostas certas que tínhamos no passado e, por isso é tempo de voltarmos a fazer as perguntas fundamentais. É tempo de revermos os nosso padrões anteriores.

 

O que podemos esperar da intervenção do cardeal Dom José Tolentino de Mendonça?

Esperamos certamente ser confrontados com uma reflexão profunda sobre as questões verdadeiramente pertinentes que nos devemos individualmente nesta altura, e que, consequentemente as organizações onde estamos inseridos se devem colocar. Irá certamente desafiar a audiência desta segunda edição das Conversas APAN, a pensar na melhor e mais sustentável forma de se alcançar um “Melhor Crescimento, Melhor Sociedade, um Mundo Melhor”.

 

O lucro, enquanto objetivo primeiro de qualquer marca, é compatível com o papel ajudar a alcançar um mundo melhor, mais sustentável e justo? De que forma?

Tem de ser. Cabe-nos a nós, enquanto agentes criativos de mudança, sermos capazes de fazer aquilo que algumas marcas já conseguem hoje fazer, ou seja fazer negócio  devolvendo à sociedade parte do que a sociedade dá às marcas, em forma de múltiplas iniciativas, sejam de responsabilidade social ou corporativa sejam ambiental ou outro tipo de objetivos. Neste momento estamos a discutir o papel que as marcas podem ter enquanto motores de mudança. Por isso vamos lançar a discussão sobre se existe, ou não, uma nova agenda para Humanidade, que questiona os valores, causas, crenças e impactos das marcas. E nesse âmbito discutir o papel do marketing na liderança desta jornada de mudança para uma sociedade mais sustentável e mais justa.

 

Os consumidores recompensam as marcas que agem como “forças do bem”?

Há felizmente já vários exemplos que mostram que sim. Fazer o bem é um bom negócio. Hoje os cidadãos e consumidores são muito atentos e exigentes com as marcas e organizações que compram e onde trabalham. Os profissionais mais talentosos escolhem as empresas em que querem trabalhar com base em critérios muito assentes nos seus valores, princípios e propósito da mesma forma que os consumidores criam um maior envolvimento e afinidade com as marcas a quem reconhecem essa capacidade de devolver à sociedade parte do que lá foi buscar.

 

sd@briefing.pt

Quinta-feira, 17 Junho 2021 11:17


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