O Rodrigo da LOLA diz para deixar tudo em aberto

“Podemos olhar para a mudança e fecharmo-nos ou abraçá-la e navegar a onda”. Estas são as palavras do CEO da LOLA Normajean, Rodrigo Silva Gomes, para explicar o espírito e a atitude com que a agência vive este período de pandemia. Têm sido – diz – semanas desafiantes e vividas com algum entusiasmo, em que não se olham a valores para acudir ao que for preciso. E, quando se recuperar a normalidade, vão “adorar” encontrar “muitos” desafios. Para já, a Covid-19 está a ensinar que “timing é tudo”, por isso, deve deixar-se tudo em aberto no mundo das ideias.

Na LOLA Normajean, “apesar de tudo”, o período que se atravessa está a ser vivido “com algum entusiamo”, afinal, as oportunidades para ajudar surgem “por todo o lado”. O CEO da agência, Rodrigo Silva Gomes, refere que as pessoas e as empresas precisam de soluções, ideias e criatividade, até porque sempre foi através delas que se resolveram os grandes problemas da humanidade. “Nós somos bons nisso. Nós publicitários. Nós marketeiros”, diz.

O profissional afirma que “nunca houve melhor oportunidade, para o mundo corporativo mostrar de vez que já não está cá só para desgraçar o planeta e encher os bolsos aos acionistas”. Dá o exemplo de empresas, como a Nestlé e a Unilever, que lançaram medidas de apoio “exemplares”, substituindo-se nalgumas delas a muitos governos. E de supermercados, como o cliente Intermarché, que responderam para continuarem “a pôr a sopa no prato igualmente”.

“E nunca houve também melhor oportunidade para nós, publicitários, mostrarmos aos nossos filhos que ser publicitário pode não ser tão meritório como ser médico e salvar vidas todos os dias, mas que, também nós, podemos ajudar a melhorar o mundo e deixá-lo um pouco melhor”, assume. 

Para a LOLA, as últimas semanas foram “desafiantes, úteis e com sentido de missão todos os dias”. A pandemia trouxe uma maior quantidade de trabalho, trabalho mais importante, desafios, ideias, produtividade e rapidez. “Mais fome… Apesar de um bocadinho menos de rentabilidade, porque não estamos a medir esforços, nem a fazer contas, para acudir ao que for preciso”, assegura.

O objetivo da agência é assegurar, aos clientes, “o maior flow possível de ideias, inspiração, soluções de negócio e comunicação”, de forma a promover, no contexto em que se vive, valor acrescentado às pessoas. E como? “Garantindo que o ponto de partida é sempre: ‘como vamos poder ajudar hoje?’. Queremos que todos eles arranquem ‘melhores pessoas’ e na ‘pole position’ quando a corrida arrancar outra vez”.

Na frente da batalha, estão com os clientes Cruz Vermelha Portuguesa, Liga Portuguesa Contra o Cancro e a Direção-Geral da Saúde – com quem preparam o próximo anúncio de novas medidas.

Pondo os olhos no longo prazo, quando se recuperar a normalidade, Rodrigo Silva Gomes refere três coisas que considera que serão “completamente diferentes”. O consumo/forma como consumimos, o comércio e os transportes – mobilidade e distribuição.

Já na indústria da publicidade, “back-to-basics, talvez”. “Vejo necessidades binárias. Por um lado, mais tecnologia ainda; por outro, e por causa disso, mais necessidade de profundidade, conteúdo, relevância. As agências estritamente digitais vão continuar a ajudar os clientes na transformação digital que, com a Covid-19, se acelera. As outras trarão valor talvez regressando às origens, reunindo talento que saiba pensar e mentes criativas, isto é, mais pensamento estratégico e mais e melhores ideias para satisfazer essa exigência de maior propósito do consumidor”, defende.

“Deixem tudo em aberto” é o conselho do CEO da LOLA Normajean. “Tudo pode ser bom hoje e mau amanhã e vice-versa. Todas as ideias podem ser boas agora e daqui a pouco já não ser. Dependerá sempre do contexto geral em que lhes dermos vida. Ou seja, timing é tudo. Se há coisa que a pandemia nos está a ensinar é precisamente isto”, conclui.

carolinaneves@newsengage.pt

Segunda-feira, 13 Abril 2020 12:35


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