Briefing | A WSA é uma agência criativa que está a viver a “juventude em transição”. O que quer isto dizer?
Tiago Santos Paiva | Esta perspetiva é quase um exercício de autointerpretação. A WSA é uma agência que já soma um número considerável de anos na “estrada”, e, apesar de nos continuarmos a ver como adolescentes apaixonados que olham para o trabalho com os sentimentos específicos desse período da vida, com um deslumbramento visível pelo que fazemos e com as vontades à flor da pele, a verdade é que hoje sentimos que já temos outra responsabilidade para com os nossos clientes e, também, para connosco.
No fundo, somos um grupo de amigos na juventude, mas a nossa presença no dia a dia das pessoas e das marcas que representamos, obrigou-nos a entrar na idade adulta. É uma negociação diária, mas da qual somos muito orgulhosos.
A agência presta diversos serviços. Qual é a área que tem melhor desempenho?
Uma das forças da WSA é as áreas serem complementares. Temos uma estrutura multidisciplinar, em que as áreas têm de viver na mesma frequência e caminhar ao mesmo ritmo. Não podemos ter um evento desenvolvido por nós, de A a Z, que tenha uma imagem ou uma comunicação descontextualizada ou desalinhada com o trabalho que fazemos. Como, da mesma forma, não podemos fazer um lançamento de um rebrand, em que tenhamos estado envolvidos, e o evento não estar à altura dos nossos ou não ter o nosso cunho.
Investiram este ano num estúdio de produção de fotografia e vídeo, o Lisboa.Studio. O que levou à criação desta unidade? E de atuar neste segmento de negócio?
As áreas da fotografia e do vídeo estão na WSA desde o início, sempre foram pilares no nosso trabalho, marcando o nosso percurso até aqui. Na atualidade de mercado, são das mais importantes ferramentas e formas de expressão das pessoas e das marcas.
Naturalmente, integramos a fotografia e o vídeo na maior parte dos nossos projetos, quer seja em termos de execução, produção, direção criativa; ou, simplesmente, enquanto registo documental para divulgação imediata ou para arquivo e fonte de material depois.
O estúdio nasce neste contexto. Foi, por um lado, uma necessidade que surgiu como consequência dos projetos em que estamos envolvidos, porque, embora funcione como uma unidade independente, o Lisboa.Studio é muito utilizado nos projetos da WSA; e, por outro lado, uma aposta de posicionamento, no sentido em que estamos a criar um ponto de encontro e cruzamento entre fotógrafos, film makers, produtores e artistas de todas as áreas que se alinham com o nosso espaço e com os valores da nossa agência. Isso tem-nos permitido fortalecer a nossa rede de contactos, o nosso conhecimento específico e, com isso, o nosso espectro de atuação.
O que pode esperar o mercado de diferenciador da WSA?
Uma das nossas preocupações, que é ao mesmo tempo algo que nos parece ser diferenciador, é a nossa perspetiva de relação com os clientes. Felizmente, chegámos a uma fase do nosso ciclo de vida em que conseguimos ter uma palavra na escolha dos clientes com que queremos trabalhar e com que mais nos identificamos dentro das áreas em que nos movemos.
Sendo isso uma coisa fantástica, é, também, ao mesmo tempo, uma enorme responsabilidade e isso moldou a forma como nos relacionamos com os clientes. Parece-nos realmente diferenciador funcionar como um prolongamento dos clientes, transformando-os não só em parceiros, mas em entidades com quem trocamos valores e sinergias muito maiores do que uma clássica troca ou venda de serviços.
Representamos as marcas com que trabalhamos e trazemo-las connosco no nosso dia a dia. Estamos atentos às repercussões efetivas e aos resultados práticos. Promovemos um cruzamento cuidado e entrosado das marcas e dos públicos a que elas chegam. Isso faz com que, dentro da WSA, não exista concorrência entre clientes, mas sim um universo de potenciais parceiros.
É esta a nossa visão. Procuramos colocar marcas a trabalhar com outras marcas, e trabalhamos diariamente para criar enquadramentos em que isso seja possível e acrescente valor.
Em que passo está a internacionalização?
Neste momento, não está na ordem do dia. Trabalhamos algumas marcas internacionais e somos a agência que representa a NBC Universal em Portugal, com a aposta nas ativações de “Minions e Trolls” decorrente da estratégia que está a ser implementada ao nível Ibérico.
Quais as perspetivas para 2020?
Acreditamos que será um ano de consolidação, mas com apostas em novos projetos. Vimos de um 2019 com excelentes resultados, uma equipa sólida e motivada, onde crescemos muito a todos os níveis. Acreditamos que este ano vamos usufruir desse crescimento para as novas conquistas.
As perspetivas são boas. Na área do brandcontent temos novos desafios, nomeadamente com clientes de F&B. E nos eventos será um ano com muitas ativações: o Salvador Martinha vai apresentar pela primeira vez o “Ar livre ao vivo” no Coliseu, e o Miguel Rocha Vieira tem já uma agenda com várias datas e eventos gastronómicos.