Paixão Martins desafia Negócios a revelar fontes que mentiram

luis_paixao_martins_p

O consultor diz ter-se tratado de “golpe mediático de máfia organizada”. Leia o texto de Luís Paixão Martins, publicado no blogue Lugares Comuns.

«Na passada sexta-feira, o Jornal de Negócios publicou uma notícia relacionada com a LPM. Dizia-se que um cliente da minha consultora de Comunicação andava a consultar o mercado tendo como objectivo substituir-nos no final do ano.
A mesma notícia anunciava nova parceria da mesma instituição numa área diferente e, embora um portavoz do cliente fosse citado a dizer que a LPM nunca tinha estado envolvido nesse programa, o Jornal de Negócios associava implicitamente a LPM ao mesmo.
A notícia rematava com referências a alterações havidas numa outra entidade que nada tinha a ver com este assunto, relevando, com alguma originalidade, não as consultoras que obtiveram novos projectos mas as duas que os perderam, sendo que uma delas era, naturalmente, a LPM. Esta última informação já tinha sido publicada em diversos meios vários dias antes.
Para que não se conclua que o artigo visava apenas que se interpretasse que a LPM estava com dificuldades no mercado (o que, para desprazer dos concorrentes invejosos do costume, continua a não ser verdade), eram dedicadas umas linhas de rodapé a outra situação completamente diversa que envolvia uma terceira e infeliz consultora.

Como é sabido, o cliente trazido ao caso pelo Jornal de Negócios, no título e na abertura do artigo, veio desmentir a alegação e de forma peremptória, envolvendo inclusivé o presidente da instituição.
Isto é, o presidente da entidade referida como sendo o cliente em consultas de agências de Comunicação veio dizer que a notícia era falsa.
Na minha boa fé, espero que o Jornal de Negócios venha a publicar o desmentido formal e que o mesmo venha acompanhado de um pedido de desculpas à LPM, a vítima da notícia falsa.

Com publicação ou não, o desmentido existiu e a notícia é falsa. 
Ora, a falsa notícia tem dono: o Jornal de Negócios atribui a informação a “várias fontes do mercado”.

Várias fontes do mercado é uma identificação muito precisa. Afasta, por exemplo, a hipótese de ser o advogado que escreveu uma minuta ou um engenheiro de sistemas curioso ou os serviços de espionagem.
E, porque se trata de plural superior a dois, revela que o Jornal de Negócios foi muito cuidadoso: uma fonte do mercado passou-lhe a informação – e, como é falsa, fê-lo intencionalmente -, o Jornal de Negócios ficou inseguro e contactou outra fonte – que, também deliberadamente, lhe mentiu. E assim, sucessivamente, pelo menos três vezes – visto terem sido várias.
Portanto, o Jornal de Negócios procedeu de acordo com as melhores regras do Jornalismo, mas teve azar em ter confiado em várias fontes do mercado que lhe mentiram. Acontece aos melhores. O nobre jornalismo de investigação está cheio de casos destes.

Acresce que a notícia não foi confirmada pela entidade envolvida. Mesmo sem essa confirmação, o Jornal de Negócios decidiu publicá-la porque deu crédito às várias fontes do mercado.
São, portanto, várias fontes do meu mercado que desfrutam de intimidade e de credibilidade junto do Jornal de Negócios.

Se foi assim agora, isto é, se essas fontes arriscaram a intimidade e a credibilidade junto do Jornal de Negócios apenas por causa da LPM, podemos interrogar-nos que outras notícias falsas passaram no passado ao mesmo jornal.

No caso específico da minúscula LPM, assim que me recorde, devemos perguntar-nos:
1.    São por acaso as mesmas fontes que iludiram o Jornal de Negócios levando-o a noticiar que a Galp ia rescindir o contrato com a LPM, notícia igualmente falsa?
2.    São por acaso as mesmas fontes que iludiram o Jornal de Negócios quanto ao posicionamento relativo das consultoras de Comunicação no mercado português?
3.    Serão as mesmas fontes que fizeram com que o Jornal de Negócios confundisse a absorção pela Flat (a “holding” da LPM) de uma consultora de Comunicação (episódio relevante para o nosso mercado que não mereceu a atenção do Jornal de Negócios) pela falsa compra da LPM pelo Grupo Havas?

Estamos a falar de um mercado muito reduzido, este das Consultoras de Comunicação, pelo que somos levados a crer que as várias fontes do mercado agora citadas pelo Jornal de Negócios serão provavelmente as mesmas fontes das mentiras anteriores.
Acresce nesta suspeita a constatação de que a agenda do Jornal de Negócios para o mercado das Consultoras de Comunicação é muito reduzida no número de intervenientes, contando-se pelos dedos de uma mão aquelas que merecem tratamento noticioso regular.

As tais várias fontes do mercado que enganaram o Jornal de Negócios só podem ser de um de dois tipos: ou são das consultoras de Comunicação que disseram ter sido consultadas ou é algum funcionário do cliente – agora desmentido pelo próprio presidente – que, por motivos obscuros, disse tê-las consultado.
Várias destas pessoas, concertadas entre si, mentiram ao Jornal de Negócios. É uma conspiração estrategicamente planeada.

Não se julgue que essas várias pessoas que mentiram ao Jornal de Negócios são fontes anónimas. São, pelo contrário, profundamente conhecidas do Jornal de Negócios e cujas identidades são por este deliberadamente omitidas aos seus leitores.
O Jornal de Negócios sabe quem são. E sabe que lhe mentiram. E, por lhes terem mentido, levaram o Jornal de Negócios a enganar os seus leitores e a causar danos à sua credibilidade.

Estas várias fontes do mercado não devem ser protegidas. Devem ser denunciadas.
Os leitores do Jornal de Negócios merecem conhecer quem enganou o seu jornal e, consequentemente, os ludibriou.
E a minha empresa, que se viu envolvida num artigo que atacou a sua reputação, julgo eu que também o merece.

É neste contexto que lanço ao director do Jornal de Negócios, pessoa que sempre tratei com respeito, jornalista independente e corajoso, o desafio de nos dizer publicamente quem são essas várias fontes do mercado.

Não confundam este meu pedido com qualquer julgamento sobre os critérios editoriais do Jornal de Negócios. O Jornal de Negócios pode ter a opinião que entender e defender as causas e os interesses que entender (como no caso corrente do concurso da avaliação das audiências da TV), mas não deve acolher fontes que lhe mentem, em particular fontes que se acobardam no anonimato.
Uma pessoa tornada anónima por decisão editorial e que ilude um jornal e os seus leitores não é uma fonte – é um mentiroso. Neste caso, são pelo menos três mentirosos combinados.

O facto de não ter identificado as várias fontes do mercado aumenta a responsabilidade do Jornal de Negócios.
Se o Jornal de Negócios tivesse identificado as várias fontes do mercado (fulano, sicrano e beltrano) competiria aos seus leitores avaliar a sua credibilidade. No caso em apreço, identificadas que tivessem sido as várias fontes do mercado, muitos tê-las-iam desvalorizado com o simples argumento de lá estão os invejosos do costume.

Mas, como o Jornal de Negócios não as identificou, endossou-as.
Disse aos seus leitores que aquelas várias fontes do mercado eram tão boas, informadas e credíveis que o Jornal de Negócios subscrevia o que elas lhe disseram e que, afinal, veio a provar-se ser mentira.

Afinal, veio a provar-se, as várias fontes do mercado endossadas pelo Jornal de Negócios constituem um esquema mafioso: várias pessoas planearam e envolveram-se na criação de uma mentira com o objectivo de denegrir um concorrente e escolheram para a publicitar o Jornal de Negócios certamente pela facilidade que nele costumam encontrar face às suas obscuras manobras comunicacionais.

Pedro Santos Guerreiro, peço-lhe publicamente, com lealdade e transparência, que dê um contributo importante para a abalada credibilidade do seu jornal junto do mercado em que trabalho e denuncie as várias fontes do mercado que lhe mentiram.
Não as proteja. Não seja cúmplice da falta de ética. Não consinta que a reputação do Jornal de Negócios seja posta em causa por vários mentirosos que abusaram da sua confiança.

E, pelo caminho, faça-nos o favor de inquirir junto dos seus colegas se eu alguma vez, sob que pretexto for, contactei com algum jornalista para o intoxicar com factos negativos – verdadeiros ou falsos – relativos a algum concorrente.
Confirmará que nunca o fiz.

E pelo facto de nunca o ter feito, sinto que mereço não ser prejudicado e agredido nas páginas do Jornal de Negócios por diligências de concorrentes meus que se acobardam no anonimato com a cumplicidade do seu jornal, concorrentes que, na prossecução de uma agenda deontologicamente condenável, mentem ao seu jornal.

No fim do dia, perdoe-me que lho diga, é o Pedro Santos Guerreiro quem assina as mentiras dos meus concorrentes.

Por isso, repito, desafio-o a denunciar as várias fontes do mercado que lhe mentiram.
Tenho a certeza de que, ponderados os argumentos deste meu texto, o irá fazer.
Porque tenho a certeza de que o Pedro Santos Guerreiro não quer ser cúmplice de mais um golpe mediático da máfia organizada – pelo menos três fontes do mercado contaram a mesma mentira ao Jornal de Negócios – que continua a ter o desplante de manipular o seu jornal para fins desonestos.»

Luís Paixão Martins desafia Negócios a revelar fontes que mentiram ao jornal

O consultor diz ter-se tratado de “golpe mediático de máfia organizada”

Eis o texto de Luís Paixão Martins publicado no blogue Lugares Comuns:

Na passada sexta-feira, o Jornal de Negócios publicou uma notícia relacionada com a LPM. Dizia-se que um cliente da minha consultora de Comunicação andava a consultar o mercado tendo como objectivo substituir-nos no final do ano.
A mesma notícia anunciava nova parceria da mesma instituição numa área diferente e, embora um portavoz do cliente fosse citado a dizer que a LPM nunca tinha estado envolvido nesse programa, o Jornal de Negócios associava implicitamente a LPM ao mesmo.
A notícia rematava com referências a alterações havidas numa outra entidade que nada tinha a ver com este assunto, relevando, com alguma originalidade, não as consultoras que obtiveram novos projectos mas as duas que os perderam, sendo que uma delas era, naturalmente, a LPM. Esta última informação já tinha sido publicada em diversos meios vários dias antes.
Para que não se conclua que o artigo visava apenas que se interpretasse que a LPM estava com dificuldades no mercado (o que, para desprazer dos concorrentes invejosos do costume, continua a não ser verdade), eram dedicadas umas linhas de rodapé a outra situação completamente diversa que envolvia uma terceira e infeliz consultora.

Como é sabido, o cliente trazido ao caso pelo Jornal de Negócios, no título e na abertura do artigo, veio desmentir a alegação e de forma peremptória, envolvendo inclusivé o presidente da instituição.
Isto é, o presidente da entidade referida como sendo o cliente em consultas de agências de Comunicação veio dizer que a notícia era falsa.
Na minha boa fé, espero que o Jornal de Negócios venha a publicar o desmentido formal e que o mesmo venha acompanhado de um pedido de desculpas à LPM, a vítima da notícia falsa.

Com publicação ou não, o desmentido existiu e a notícia é falsa. 
Ora, a falsa notícia tem dono: o Jornal de Negócios atribui a informação a “várias fontes do mercado”.

Várias fontes do mercado é uma identificação muito precisa. Afasta, por exemplo, a hipótese de ser o advogado que escreveu uma minuta ou um engenheiro de sistemas curioso ou os serviços de espionagem.
E, porque se trata de plural superior a dois, revela que o Jornal de Negócios foi muito cuidadoso: uma fonte do mercado passou-lhe a informação – e, como é falsa, fê-lo intencionalmente -, o Jornal de Negócios ficou inseguro e contactou outra fonte – que, também deliberadamente, lhe mentiu. E assim, sucessivamente, pelo menos três vezes – visto terem sido várias.
Portanto, o Jornal de Negócios procedeu de acordo com as melhores regras do Jornalismo, mas teve azar em ter confiado em várias fontes do mercado que lhe mentiram. Acontece aos melhores. O nobre jornalismo de investigação está cheio de casos destes.

Acresce que a notícia não foi confirmada pela entidade envolvida. Mesmo sem essa confirmação, o Jornal de Negócios decidiu publicá-la porque deu crédito às várias fontes do mercado.
São, portanto, várias fontes do meu mercado que desfrutam de intimidade e de credibilidade junto do Jornal de Negócios.

Se foi assim agora, isto é, se essas fontes arriscaram a intimidade e a credibilidade junto do Jornal de Negócios apenas por causa da LPM, podemos interrogar-nos que outras notícias falsas passaram no passado ao mesmo jornal.

No caso específico da minúscula LPM, assim que me recorde, devemos perguntar-nos:
1.    São por acaso as mesmas fontes que iludiram o Jornal de Negócios levando-o a noticiar que a Galp ia rescindir o contrato com a LPM, notícia igualmente falsa?
2.    São por acaso as mesmas fontes que iludiram o Jornal de Negócios quanto ao posicionamento relativo das consultoras de Comunicação no mercado português?
3.    Serão as mesmas fontes que fizeram com que o Jornal de Negócios confundisse a absorção pela Flat (a “holding” da LPM) de uma consultora de Comunicação (episódio relevante para o nosso mercado que não mereceu a atenção do Jornal de Negócios) pela falsa compra da LPM pelo Grupo Havas?

Estamos a falar de um mercado muito reduzido, este das Consultoras de Comunicação, pelo que somos levados a crer que as várias fontes do mercado agora citadas pelo Jornal de Negócios serão provavelmente as mesmas fontes das mentiras anteriores.
Acresce nesta suspeita a constatação de que a agenda do Jornal de Negócios para o mercado das Consultoras de Comunicação é muito reduzida no número de intervenientes, contando-se pelos dedos de uma mão aquelas que merecem tratamento noticioso regular.

As tais várias fontes do mercado que enganaram o Jornal de Negócios só podem ser de um de dois tipos: ou são das consultoras de Comunicação que disseram ter sido consultadas ou é algum funcionário do cliente – agora desmentido pelo próprio presidente – que, por motivos obscuros, disse tê-las consultado.
Várias destas pessoas, concertadas entre si, mentiram ao Jornal de Negócios. É uma conspiração estrategicamente planeada.

Não se julgue que essas várias pessoas que mentiram ao Jornal de Negócios são fontes anónimas. São, pelo contrário, profundamente conhecidas do Jornal de Negócios e cujas identidades são por este deliberadamente omitidas aos seus leitores.
O Jornal de Negócios sabe quem são. E sabe que lhe mentiram. E, por lhes terem mentido, levaram o Jornal de Negócios a enganar os seus leitores e a causar danos à sua credibilidade.

Estas várias fontes do mercado não devem ser protegidas. Devem ser denunciadas.
Os leitores do Jornal de Negócios merecem conhecer quem enganou o seu jornal e, consequentemente, os ludibriou.
E a minha empresa, que se viu envolvida num artigo que atacou a sua reputação, julgo eu que também o merece.

É neste contexto que lanço ao director do Jornal de Negócios, pessoa que sempre tratei com respeito, jornalista independente e corajoso, o desafio de nos dizer publicamente quem são essas várias fontes do mercado.

Não confundam este meu pedido com qualquer julgamento sobre os critérios editoriais do Jornal de Negócios. O Jornal de Negócios pode ter a opinião que entender e defender as causas e os interesses que entender (como no caso corrente do concurso da avaliação das audiências da TV), mas não deve acolher fontes que lhe mentem, em particular fontes que se acobardam no anonimato.
Uma pessoa tornada anónima por decisão editorial e que ilude um jornal e os seus leitores não é uma fonte – é um mentiroso. Neste caso, são pelo menos três mentirosos combinados.

O facto de não ter identificado as várias fontes do mercado aumenta a responsabilidade do Jornal de Negócios.
Se o Jornal de Negócios tivesse identificado as várias fontes do mercado (fulano, sicrano e beltrano) competiria aos seus leitores avaliar a sua credibilidade. No caso em apreço, identificadas que tivessem sido as várias fontes do mercado, muitos tê-las-iam desvalorizado com o simples argumento de lá estão os invejosos do costume.

Mas, como o Jornal de Negócios não as identificou, endossou-as.
Disse aos seus leitores que aquelas várias fontes do mercado eram tão boas, informadas e credíveis que o Jornal de Negócios subscrevia o que elas lhe disseram e que, afinal, veio a provar-se ser mentira.
Afinal, veio a provar-se, as várias fontes do mercado endossadas pelo Jornal de Negócios constituem um esquema mafioso: várias pessoas planearam e envolveram-se na criação de uma mentira com o objectivo de denegrir um concorrente e escolheram para a publicitar o Jornal de Negócios certamente pela facilidade que nele costumam encontrar face às suas obscuras manobras comunicacionais.

Pedro Santos Guerreiro, peço-lhe publicamente, com lealdade e transparência, que dê um contributo importante para a abalada credibilidade do seu jornal junto do mercado em que trabalho e denuncie as várias fontes do mercado que lhe mentiram.
Não as proteja. Não seja cúmplice da falta de ética. Não consinta que a reputação do Jornal de Negócios seja posta em causa por vários mentirosos que abusaram da sua confiança.

E, pelo caminho, faça-nos o favor de inquirir junto dos seus colegas se eu alguma vez, sob que pretexto for, contactei com algum jornalista para o intoxicar com factos negativos – verdadeiros ou falsos – relativos a algum concorrente.
Confirmará que nunca o fiz.
E pelo facto de nunca o ter feito, sinto que mereço não ser prejudicado e agredido nas páginas do Jornal de Negócios por diligências de concorrentes meus que se acobardam no anonimato com a cumplicidade do seu jornal, concorrentes que, na prossecução de uma agenda deontologicamente condenável, mentem ao seu jornal.

No fim do dia, perdoe-me que lho diga, é o Pedro Santos Guerreiro quem assina as mentiras dos meus concorrentes.

Por isso, repito, desafio-o a denunciar as várias fontes do mercado que lhe mentiram.
Tenho a certeza de que, ponderados os argumentos deste meu texto, o irá fazer.
Porque tenho a certeza de que o Pedro Santos Guerreiro não quer ser cúmplice de mais um golpe mediático da mafia organizada – pelo menos três fontes do mercado contaram a mesma mentira ao Jornal de Negócios – que continua a ter o desplante de manipular o seu jornal para fins desonestos.

Segunda-feira, 11 Abril 2011 23:00


PUB