De acordo com o Diário Económico, a RTP vai receber, no próximo ano, em termos líquidos, cerca de 220 milhões de euros de transferências do Estado, incluindo, já, a indemnização compensatória e contribuição do audiovisual.
O plano de reestruturação “vai tocar em todas as áreas, para garantir o emagrecimento da empresa e a diminuição das transferências financeiras do Estado”, segundo revelou ao mesmo diário uma fonte que acompanhou o processo. Assim, a estrutura da RTP vai mudar, passando a empresa a ter uma administração de apenas três elementos, já a partir do próximo mandato, com início em Janeiro próximo.
A estação pública de televisão vai, deste modo, passar a ter um director-geral que será responsável pelos conteúdos quer televisivos, quer radiofónicos, a quem responderão os directores de informação e programação.
O plano de sustentabilidade, pedido pelo próprio Governo, assenta em três principais pressupostos: o Governo pretende reduzir, de forma significativa, as transferências de fundos públicos; alienar um dos dois canais generalistas; e garantir a manutenção de uma RTP com peso na informação e um novo canal de informação internacional.
Com o novo plano previsto, que prevê ainda a venda de um canal e a integração de serviços, acresce como consequência a rescisão de contrato de trabalho que leva a uma redução do número de efectivos; deste modo, o Diário Económico avança que os gastos com a actividade operacional da empresa vão passar para “valores claramente abaixo dos 200 milhões, repartidos entre os 150 do Estado e cerca de 50 milhões de receitas comerciais”.
O plano de reestruturação vai ser ainda desenvolvido num novo quadro. Assim, as contas da RTP passam, pela primeira vez em 2012, a integrar o Orçamento de Estado.
No que toca à privatização de um dos canais generalistas da RTP, tal acontecerá já em 2012, como tinha sido anunciado pelo Governo. Fontes contactadas pelo Diário Económico revelam que na visão do Governo “as operadoras de telecomunicações surgem como as ‘compradoras naturais’ da televisão pública”. A PT e a Zon são as empresas cuja estrutura dos capitais permite executar a operação.
Ao Diário Económico, Pais do Amaral, presidente não-executivo da Media Capital detentora da TVI -, revelou, em Agosto, que “a RTP, enquanto canal, não valerá muito dinheiro”, acrescentando não ser com isso “que se resolve o problema do défice”.
Por seu turno, a Cofina pode ser um dos interessados na compra da RTP. Já a Ongoing, presidida por Nuno Vasconcelos e proprietária do Diário Económico, referiu publicamente não estar interessada na estação pública, querendo manter a sua participação de cerca de 23 por cento na Impresa, detentora da SIC.
Fonte: Diário Económico