Poder na palma da mão: como fortalecer as marcas através do telemóvel

Em 2020, durante as restrições a viagens, James Harden, estrela da NBA, foi impedido de viajar para a Europa. A solução da Adidas foi fazer algo diferente. A marca estabeleceu uma parceria com oito criadores em cinco mercados distintos para trazer um James Harden virtual para o Instagram. Os criadores tiveram a possibilidade de conviver com Harden em campo, e em casa, com a ajuda dos efeitos da realidade aumentada.

Na última década, a nossa relação com os telemóveis mudou e hoje, as marcas devem abordar o marketing de uma forma totalmente nova, e cada vez mais, como a forma primordial de fazer compras. Desde que a pandemia da Covid atingiu o mundo, há 18 meses, as pequenas e grandes empresas fizeram grandes avanços na adoção do digital, dando resposta a 85% dos utilizadores da Internet em todo o mundo que agora compram online. Mas as vastas oportunidades que os dispositivos móveis oferecem permanecem em grande parte por explorar.

O telemóvel é, agora, a tela principal não apenas para a geração millenium, mas para todos os adultos: o comércio móvel está a crescer mais rapidamente entre as pessoas com mais de 40 anos. As redes sociais desempenham um grande papel aqui. Quase três quartos dos consumidores em todo o mundo dizem que obtêm ideias de compras através do Facebook, Instagram, Messenger ou WhatsApp, e 66% dos consumidores concordam que isso se tornou tão importante quanto outras fontes de informação na tomada de decisão de compra. E dos compradores online que usam as plataformas do Facebook semanalmente, 86% acabaram a comprar moda, beleza, móveis ou tecnologia que descobriram na plataforma.

Então, o que devem as empresas fazer para melhorar a forma como aparecem? Identificámos quatro tendências principais para levar os negócios feitos no telemóvel ao próximo nível.

Criatividade liderada pelo cliente

Em 2021, a nossa relação com os telemóveis não é apenas pessoal, é interativa. Isso significa que, para se ligar com um público-alvo no telemóvel, as marcas precisam de estar dispostas a ceder algum controlo criativo. Deixe os seus clientes assumirem a liderança quando se trata de decidir quando e onde eles desejam comprar os seus produtos, crie experiências que sejam genuinamente enriquecedoras. As empresas não devem ter medo de colocar os clientes no lugar da frente – é uma oportunidade de criar uma ligação mais profunda.

Novos hábitos de consumo

No passado, as compras online eram assim: se precisa de algo, então pesquisa e compra. Mas o machine learning e o impacto da pandemia no comércio online significam que o percurso do cliente já não obedece a essa lógica de compra. Estamos a mudar de uma lógica da utilidade para uma lógica da descoberta: de compras baseadas na intenção estamos a mudar para compras baseadas em interesses, onde procuramos inspiração.

Quais são as lições para as marcas? Primeiro: é preciso inspirar os clientes. Ferramentas como a realidade aumentada, os Stories e os Reels, e a possibilidade de entrar em comunidades de criadores, permite que as marcas ganhem vida de uma forma que não era possível antes.

Quando o mobile encontra a realidade aumentada

A realidade aumentada deixou de ser uma tecnologia experimental e chegou ao mainstream: 82% das pessoas dizem que usaram no ano passado; e 87% das pessoas estão abertas à experiência. A tecnologia tem um papel importante a desempenhar no comércio online como uma forma de interagir com clientes, conectar os mundos digital e físico e criar ligações emocionais e momentos que surpreendem – além de levar os clientes do reconhecimento da marca à conversão.

Mais de 600 milhões de pessoas usam realidade aumentada todos os meses nas plataformas do Facebook, onde atualmente temos mais de dois milhões de efeitos. Os efeitos de realidade aumentada têm a capacidade de preencher a lacuna entre on-line e off-line, permitindo que os clientes experimentem um produto sem estar na loja. A Made, retalhista de mobiliário do Reino Unido fez uso disso, incorporando efeitos de RA para permitir que as pessoas vejam os produtos em qualquer espaço, e o Facebook está a desenvolver a tecnologia que, por exemplo, permitirá aos clientes experimentar sapatos e roupas no telemóvel.

É preciso lembrar que tudo está a ser construído para dispositivos móveis, ou seja, é algo a que as pessoas têm acesso quando estão nos seus telemóveis em curtos, mas intensos momentos de interacção com muitos outros conteúdos em competição – o vídeo deve ser rápido, fácil e intuitivo.

As novas regras do vídeo

O vídeo tornou-se mais rico, interativo e relevante no telemóvel e, portanto, tornou-se uma importante ferramenta. O vídeo permite experiências imersivas de compra, como descobrir e até mesmo experimentar produtos antes de comprar utilizando a realidade aumentada – 49% das pessoas dizem que comprariam diretamente a partir de vídeos ​​onde marcas ou influenciadores que seguem estão a lançar novos produtos.

O Facebook, que é historicamente conhecido como a plataforma social para vídeos curtos em Feed e Stories, está a assistir a um crescimento dos conteúdos de vídeo mais longos. Os utilizadores do ‘Facebook Watch’, a nossa plataforma de formato longo, cresceram exponencialmente no ano passado e agora ultrapassam 1,25 mil milhões de utilizadores ativos mensais. Existem maneiras claras de os anunciantes darem resposta a esta tendência. Recomendamos o uso de anúncios in-stream imersivos de formato longo como uma ferramenta para contar histórias diferenciadoras que criam conexões profundas e impulsionam o conhecimento da marca.

No que diz respeito ao conteúdo, a regra de ouro é manter-se relevante. A relevância é o principal motivo para as pessoas assistirem – e terminarem de ver –  um anúncio em vídeo nas plataformas do Facebook, e também o atributo mais importante para um vídeo ser considerado premium.

Além disto, à medida que as marcas e as empresas agarram as novas oportunidades que os dispositivos móveis oferecem, têm de se certificar que medem os resultados. Descobrir o impacto da criatividade e dos seus gastos é fundamental para perceber de que forma impactam a marca e os objetivos de vendas. A maneira como todos usamos os dispositivos móveis continuará a evoluir – cabe aos profissionais de marketing acompanhar o ritmo.

 

Beltrán Seoane, Agency Director da Meta em Portugal e Espanha.

briefing@briefing.pt

 

 

Quinta-feira, 06 Janeiro 2022 10:26


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