Saiba o que pensa o criativo sobre o speed dating, da criatividade ou não:
“Nunca pratiquei o speed dating.
Na altura em que me dedicava alegremente à atividade de seduzir e (tentar) encantar miúdas, o speed dating não era sequer uma ideia e muito menos uma boa ideia.
A coisa era mesmo mais demorada, tínhamos mais tempo e, acima de tudo, dedicávamos mais tempo à sedução e a essas coisas aparentemente tão fora de moda hoje em dia. Seduzir e conquistar implicava várias conversas (às vezes, o nosso papel até era só ouvir), oferecer flores, jantar fora, ir ao cinema, sair à noite, passear a meio da tarde e comer um gelado a meias, ser cavalheiro, dar atenção e mais meia dúzia de coisas aparentemente simples mas muito importantes para conhecer e darmo-nos a conhecer.
O speed dating é o test drive do amor. Não é em cinco minutos que se vê quem é o outro, não dá para começar a interessar-se nem para começar a desinteressar-se.
Com as ideias é exatamente a mesma coisa.
Em cinco minutos não conhecemos verdadeiramente um criativo e todo o seu potencial, mas, se seguirmos na metáfora da sedução, teremos que olhar para a Portfolio Night mais como um piropo, como um olhar malandro, daqueles que nos dizem montes de coisas em poucos segundos. O diretor criativo será, definitivamente, o alvo da sedução e o criativo o sedutor e, se as ideias forem boas, ou seja, se os piropos não forem foleiros, de certeza que vai haver molho. Mas devagar, vai ter que haver mais conversa, entrevistas, vamos ter que nos conhecer melhor e ver se há mais pontos em comum para depois possivelmente dar em qualquer coisa mais séria.
Pelo sim pelo não, eu vou bem produzido e no meu melhor, nunca se sabe.”
