Portuguesa, com certeza. Este Cacao é di Vine

Não é uma marca de chocolates com vinho. É uma marca que se dedica a unir o melhor chocolate ao mais saboroso vinho e isso faz toda a diferença. É nacional, é Cacao di Vine. E surgiu para unir as paixões de dois amigos, Nuno Andrade, chocolatier, e Nuno Jorge, sommelier.

 

Da ideia ao lançamento do produto passou um ano: “Antes de avançar com a receita, tivemos de ver o que havia no mercado – não só português – e reparámos que o que havia era chocolates com licor ou vinho do Porto, mas líquidos no interior. O que nós fazemos é um chocolate com diferentes vinhos tintos de diferentes castas ou fortificados, mas sempre uma ganache no interior, onde conseguimos ter um equilíbrio entre a percentagem de cacau e a intensidade de cada vinho”, conta Nuno Jorge.  “Não foi fácil, mas penso que o resultado final é do agrado de todos os apaixonados por chocolate e vinho”, remata.

Nasceu em Coimbra, continua em Coimbra, onde são fabricados os chocolates de forma artesanal. Os Nunos sempre meteram a mão na massa e, agora, contam com um requintado par de mãos extra. É que, além da restante equipa, têm no grupo o chocolatier José Pedro, que, no início de 2017, veio do Lasarte, um restaurante em Barcelona com três estrelas Michelin, para dirigir a produção e ajudar no desenvolvimento de novas receitas.

OS SABORES 

“Começámos com chocolates com oito diferentes castas, depois de ver a aceitação do mercado diminuímos para quatro e, mais tarde, introduzimos o Vinho do Porto, Moscatel de Setúbal, Vinho da Madeira, Espumante Baga Bairrada e, por último, o gin”, revela Nuno Jorge, frisando que o moscatel é da José Maria da Fonseca e o vinho madeirense chega do Barbeito.  A marca tem parceria com cerca de 30 produtores de vinho com quem trabalha em exclusivo. Nos seus chocolates, há também Touriga Nacional, Cabernet Sauvignon, Pinot Noir e Tinta Roriz e em breve chegam novidades: “Tentamos ir sempre ao encontro dos nossos clientes e, quando nos fazem uma sugestão de um novo sabor, fazemos a experiência e, se correr bem, avançamos”, nota o sommelier.

O DESIGN 

Longe das habituais caixas de chocolates e com um cunho bem português. São assim as embalagens Cacao di Vine, que foram desenvolvidas pelo chocolatier fundador da marca. Nuno Jorge explica as escolhas: “Como o Nuno Andrade é designer de profissão, ter uma embalagem ‘normal’ não fazia sentido, visto que os nossos chocolates também não o são. Escolhemos a cortiça porque era a matéria-prima mais próxima do vinho e lá fora identificam como sendo um produto português”.

Oferece, atualmente, cinco formatos: Wine1, um tubo de cortiça com seis chocolates; Wine2, um “saco” com oito chocolates; Wine Bites, embalagem com 16 que, depois de usada, se transforma em duas bases para copos; Gin Bite, semelhante à anterior, mas onde o vinho dá lugar ao gin; e Sparkling, uma embalagem com 16 chocolates com espumante que pode, depois, ser utilizada como base para quentes. Em 2016, a Sparkling arrecadou o prémio Red Hot Design. “É sempre um reconhecimento importante, mas ajuda-nos mais a nível internacional do que a nível nacional”, afirma o responsável, comentando a distinção.

Para determinadas épocas festivas ou iniciativas, faz algumas edições especiais. Aconteceu, por exemplo, para o Dia dos Namorados e para ajudar a Acreditar. Neste último caso, as embalagens incluíam desenhos do Pedro, um menino com cancro, e parte do valor de venda reverteu para a associação – o que vai voltar a acontecer.

 

A VENDA

Os chocolates podem ser adquiridos online, no site da marca, e em algumas lojas gourmet, garrafeiras, hotéis e produtores de vinhos de norte a sul de Portugal. “Sabemos que temos um produto muito específico e que temos de procurar o sítio indicado, onde quem o vende consiga explicar e passar a história do produto”, frisa o responsável, acrescentando que as vendas estão a correr “melhor do que o projetado inicialmente”.

Há também um trabalho de internacionalização a decorrer, sendo presença assídua em feiras além mar. De momento, exportam para 16 países, sobretudo para Espanha, Reino Unido, Escandinávia, Hungria, Bulgária, Alemanha, Suíça, Japão e Rússia, e já estão a negociar com distribuidores no Brasil e nos Estados Unidos da América.

 

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Sexta-feira, 29 Junho 2018 11:47


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