O segredo está na trufa. Ou não… porque, diz o chef nepalês radicado em Portugal desde 1992, o que é preciso para fazer brilhar este ingrediente raro e valioso da gastronomia é usar ingredientes frescos em receitas simples.
A trufa “liga muito bem” com ovo e massa. Daí que uma das propostas seja um ovo cozinhado a baixa temperatura (64o ) e servido sob generosas raspas de trufa. Para desfazer com pão acabado de sair no tal forno a lenha que se abre sobre a sala.
Dai também que outra das propostas seja uma pasta fresca com manteiga dos Açores, mais uma vez encimada por trufa lascada no momento e com direito a um batismo muito próprio: Cabelo de Anjo.
E liga ainda bem com carne, como (a)provamos: um lombo finíssimo de vitela de leite branca, frito em manteiga e acompanhado por duas cenouras minimalistas (no menu, a companhia deste escalope é pasta, mais concretamente, tajarin. E uma pitada de sal marinho.
Menu que é menu inclui sobremesa. A que não podia ter faltado a trufa. Sobre tarte de chocolate com zabaione e creme de requeijão.
Pode dizer-se que Tanka Sapkota é um especialista em trufa. Afinal, no início de novembro foi agraciado com o título Cavaleiro das Trufas Brancas e dos vinhos de Alba pela Ordem dos Cavaleiros do Tartufo de Alba, sendo o único em Portugal com o título desta confraria criada em 1967.
Um momento que ficou registado para a posteridade pela lente do realizador Tiago P. De Carvalho que, com o produtor Duarte Neves, o acompanhou durante três semanas para gravar o documentário “Taste of Italy”.
Tanka Sapkota foi movido pela vontade de descobrir os segredos italianos, quer junto dos chefs mais estrelados, quer junto das matriarcas das famílias tradicionais, as nonnas. Para ver na televisão em 2019. Enquanto não chega o documentário, o melhor é provar Itália em Lisboa.