A pouco e pouco, a mesa foi-se enchendo de iguarias que, parecendo pequenas, cedo se revelaram mais do que suficientes para deixar satisfeito qualquer comensal mais exigente. Não provámos tudo o que a nova carta propõe, mas ficámos rendidos aos cones de salmão, apresentados numa composição de cores que começou por conquistar a visão e só depois o paladar.
Continuámos com croquetes de alheira, mais clássicos, mas igualmente irresistíveis. Foi difícil só comer um… Mas ainda havia tataki de atum para provar, com puré trufado. E risotto de açafrão e legumes e, finalmente, lágrimas de porco preto.
Finalmente, não! Porque para o fim ficou uma baba de camelo com amendoins, servida num cerimonial que deixa qualquer um de água na boca só de ver… De uma tigela de barro gigante, é servida uma concha do doce cremoso, que se vai desprendendo até preencher cada dose individual.
Tudo acompanhado por vinho, de uma carta selecionada pela somellier Stephanie de Jongh. E, claro, com vista para as diversas obras que integram o primeiro ciclo de arte deste restaurante, com autores como José Pedro Croft, Ascânio Monteiro, Sakir Gokcebag e Dora Longo Bahia. E João Louro, que assina o mapa de que falávamos no início e que traça a descoberta do Brasil pela Companhia das Índias.
Com pouco mais de um ano, o Zazah é um projeto idealizado por dois por dois luso-brasileiros que têm em comum a formação em Direito e o facto de adorarem Lisboa: Moisés Franco trocou a advocacia pela gastronomia e Sidnei Gonzalez, sócio investidor, vive entre o Rio de Janeiro e a capital portuguesa.