A organização vai encetar um projeto de investigação para tentar perceber se as regras sobre objetificação, sexualização e os estereótipos nos anúncios precisam ser revistas e reforçadas. Segundo a ASA, foi o “crescente debate político e público sobre questões de igualdade” que a fez avançar com o projeto e, apesar do foco estar, sobretudo, na forma como as mulheres são representadas, a organização também estará atenta à representação dos homens e rapazes nas publicidades.
Campanhas como a “Beach Body Ready”, da Protein World, provocaram uma grande revolta no Reino Unido. Apesar das cerca de 400 reclamações e de uma petição online com 70.000 assinaturas, a ASA não entendeu que a campanha estivesse a tratar a mulher como objeto ou a criar uma imagem negativa do corpo da mulher, proibindo o anúncio apenas por ter declarações de saúde e nutrição enganosas.
Agora, a ASA promete estar mais atenta e trabalhar “seriamente” para “mudar atitudes e comportamentos”. Vai examinar evidências de estereótipos de género nos anúncios, ouvir a opinião da indústria e de outros stakeholders e promover estudos para perceber a opinião pública. Promete manter-se de “mente aberta” quanto aos resultados deste projeto de investigação, mas garante que, se verificar que a regulamentação precisa de ser mais severa, vai implementar novas regras.
Segundo o CEO da ASA, Guy Parker , a organização “já está a tomar medidas para proibir anúncios que acreditamos que reforçam os estereótipos de género e são suscetíveis de causar uma ofensa ou dano grave” e quer envolver todos nessa luta.
O debate sobre os estereótipos parece, de facto, estar na ordem do dia. Recentemente, também a Unilever juntou-se à ONU Woman e a vários players da área da publicidade e da tecnologia a nível mundial, como Google, Mars, Facebook, Microsoft e WPP, para criar a Unstereotype Alliance, que visa, igualmente, mudar a forma como mulheres e homens são representados no mundo da publicidade.

