REN: Empresa diz que está em “processo de renovação de quadros”

Lisboa, 22 fev (Lusa) – A REN tem em curso, “há cerca de dois anos, um processo de renovação de quadros, coincidindo com passagem à reforma de diversos quadros de primeira linha”, esclareceu hoje à Lusa fonte da Redes Energéticas Nacionais.

Este esclarecimento surge no mesmo dia em que o líder do Bloco de Esquerda (BE), Francisco Louçã, afirmou que a contratação de oito diretores na REN este ano é uma situação “paradoxal e inaceitável”, considerando ainda que a privatização da empresa vai trazer prejuízos para o Estado.

De acordo com fonte da REN, esta renovação de quadros visa também preparar a empresa para “os novos desafios que se lhe colocam, nomeadamente a internacionalização e a segunda fase da privatização”.

Segundo a mesma fonte, “esta renovação tem vindo a ser efetuada com recurso a quadros internos e também através de recrutamento no mercado, feito por processos competitivos levados a cabo por empresas de executive search”.

A REN, relembra fonte da empresa, estabeleceu um plano de contenção de despesas, “tornando-se numa das empresas de capitais maioritariamente públicos com o compromisso de uma maior redução de custos operacionais (15 por cento)”.

Hoje, Francisco Louçã, que falava aos jornalistas no Parlamento após uma audiência com a comissão de trabalhadores da REN, manifestou-se contra a privatização da empresa.

Esta “é uma empresa que dá lucro e a sua privatização quer dizer maior prejuízo para o Estado, maior défice para o Estado, mas chamamos também a atenção para a forma como os cortes salariais estão a ser feitos, nesta empresa foram admitidos oito novos diretores, num dos casos com um salário acima de 8 mil euros por mês, já em fevereiro, quando já estão em vigor os cortes salariais para tantos trabalhadores”, disse.

“O BE não aceita que seja posto em causa o interesse público, a defesa dos direitos dos trabalhadores e a seriedade de uma economia que tem de olhar para a recessão e para os problemas económicos com vontade de os resolver”, referiu.

Já João Gonçalves, da Comissão de Trabalhadores, adiantou aos jornalistas que os funcionários da empresa “não concordam” com a aplicação do Orçamento e referiu que a administração não fornece informação sobre o processo de privatização.

Sobre as contratações feitas este ano, Gonçalves disse não ter havido qualquer explicação por parte da administração, apesar das solicitações da Comissão de Trabalhadores.

ALU(ATF)

Lusa/fim

Quarta-feira, 23 Fevereiro 2011 12:01


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