Um quarto dos jornalistas perdeu o emprego desde o início da crise em Espanha

Madrid, 14 dez (Lusa) – Um quarto dos jornalistas espanhóis perdeu o
emprego desde o início da crise económica, segundo um estudo da
Associação de Imprensa de Madrid (AIM), que estima terem-se perdido
quase 3.600 postos de trabalho.


“A epidemia que sofre a profissão
não tem precedentes em nenhum sentido”, disse hoje o presidente da AIM,
Fernando González Urbaneja, que comparou a crise no setor dos meios de
comunicação com a da “bolha” imobiliária.

Oficialmente, 5.564
jornalistas estão atualmente registados como desempregados com mais de
7.000 ativamente à procura de emprego.

Em termos globais há em
Espanha 72.292 jornalistas com título profissional, mas apenas há
trabalho para menos de 30 mil.

Pedro Farias, professor da
Universidade de Málaga e autor do estudo hoje divulgado, recordou que a
situação se continua a agravar anualmente, já que em média se formam
todos os anos mais 3.000 jornalistas.

O estudo analisa ainda as
opiniões dos jornalistas sobre as suas profissões, com a preocupação
sobre a “intrusão institucional” a ser o tema que mais preocupa o setor,
acima do desemprego, da queda dos salários e da instabilidade laboral.

A
análise hoje divulgada indica que o salário médio dos jornalistas ronda
os 30 mil euros brutos anuais, com cerca de 13,7 por cento em contratos
temporários.

O estudo confirma uma melhoria da percepção dos
cidadãos sobre os jornalistas, com 40,9 por cento de 1.200 lares
sondados a ter uma opinião “boa” ou “muito boa” sobre a profissão.

Urbaneja
destacou, porém, o que diz ser a relação dos políticos com a imprensa,
afirmando que “o desprezo que manifestam pela profissão” de jornalista
“não tem precedentes”.

Criticando a postura dos políticos,
Urbaneja referiu-se em particular às “declarações irrelevantes” dos
políticos e ao “abuso que fazem dos jornalistas” quando trabalham.

ASP.

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Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico ***

Lusa/Fim

Terça-feira, 14 Dezembro 2010 18:00


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