É nisto que acredita David Amador, fundador da Upfall Studios e criador do jogo “Quest of Dungeons”, lançado, recentemente, nas consolas Nintendo.
Briefing | O que simboliza para a Upfall Studios ter o jogo “Quest of Dungeons” presente nas consolas da Nintendo?
David Amador | Antes de mais era uma meta pessoal minha, pelo simples facto de ser bastante fã da Nintendo enquanto consumidor. De um ponto de vista profissional, é um passo bastante importante para comprovar a capacidade de produzir jogos para diversas plataformas e abrir esta linha de comunicação com a Nintendo para atuais e futuros projetos.
Briefing | Como surgiu essa oportunidade?
DA | Após o lançamento das primeiras versões do Quest of Dungeons comecei a receber perguntas e pedidos para levar o jogo para a Nintendo 3DS. Existia algum interesse nisso por parte dos jogadores. Abordei a Nintendo Europa com a sugestão e com as ideias que tinha para tomar partido das características únicas das consolas deles, eles aceitaram e demos então início ao processo.
Briefing | E trata-se de um acordo exclusivo ou ponderam criar versões para outras plataformas (Xbox, PlayStation, PC, mobile)?
DA | Não é exclusivo. Tal como já tinha referido, o jogo já existia noutras plataformas: PC, mobile e mesmo Xbox One. O jogo tem sido portado para as plataformas que têm feito sentido, seja por existir interesse por parte de consumidores, ou por eu achar que pode, potencialmente, ser uma boa oportunidade. Nunca existiu da minha parte qualquer desejo de exclusividade. Existe é, sim, um trabalho de adaptar o jogo de forma a tirar partido, dentro do possível, das características exclusivas de cada plataforma, mantendo a essência do jogo intacta.
Briefing | O “Quest of Dungeons” oferece espaço publicitário?
DA | Não. O jogo é um produto com um custo de produção e um preço de venda. Não existe qualquer tipo de anúncios dentro do jogo.
Briefing | Considera que os videojogos são boas plataformas de comunicação para as marcas? Porquê?
DA | É bem provável sim, para marcas que produzam jogos, mas não deve ser um processo trivial para marcas que produzam outro tipo de conteúdos. Os videojogos chegam a pessoas de todas as faixas etárias, o que faz com que seja possível chegar a um vasto mercado.
Briefing | Qual a estratégia de negócio da Upfall Studios?
DA | Por enquanto passa pela produção de jogos próprios, ainda não foi feito qualquer tipo de produção de jogos por encomenda para outros estúdios. Tem existido, no entanto, é algum tipo de consultoria a projetos de outros estúdios, em componentes mais trancados, à medida que os meus próprios títulos chegam a novas plataformas e é adquirido conhecimento técnico mais especializado.
Briefing | Como é promovida a Upfall Studios e o jogo “Quest of Dungeons”?
DA | Maioritariamente em redes sociais e presencialmente em eventos de videojogos, seja em Portugal ou no estrangeiro, como EGX, Gamescom, Tokyo Game Show, entre outros.
Briefing | E como tem evoluído a faturação nos últimos dois anos?
DA | O grande problema com jogos é a instabilidade a nível de faturação. Os períodos de lançamento geralmente ajudam, mas depois segue-se um período mais fraco até ao lançamento do próximo título.
Briefing | Que metas espera atingir até ao final do ano?
DA | Até ao final deste ano só vai já existir um trabalho de consolidação das versões existentes do jogo, existem várias plataformas que agora é preciso manter e atualizar com as melhorias trazidas para as versões Nintendo. Esse é sempre um trabalho que é necessário, até porque o jogo ainda vende nessas plataformas e é necessário esse apoio/suporte.
Briefing | E tem novos jogos ou outros produtos em mente?
DA | Sim, apesar de o foco agora ainda ser dar a conhecer o lançamento das versões Nintendo, apoio, etc., existem já planos para outro jogo, mas que se encontra ainda numa fase muito embrionária. Espero ter mais novidades para o ano que vem.