work’in Marquês, o novo espaço de cowork alfacinha

work'in Marquês, o novo espaço de cowork alfacinha

Chama-se work’in Marquês e, como o nome sugere, é um espaço de trabalho junto ao Marquês de Pombal, em Lisboa. A inauguração do espaço foi ontem e, a propósito deste novo negócio, Gonçalo Gaspar, coordenador do projeto, conta ao Briefing como surgiu a ideia.

Destinado a profissionais liberais, freelancers e micro-empresas, este novo espaço de cowork lisboeta apresenta-se com um espaço interior de 150 m2 e de um terraço exterior com 140 m2. Com uma capacidade de 24 áreas de trabalho, o work’in Marquês possui ainda uma copa equipada e uma sala de reuniões.

Briefing | Porquê abrir um espaço de cowork nesta altura?

Gonçalo Gaspar | Todas as alturas são propícias a investimentos em novas ideias e novos projetos! A oportunidade de criação de um espaço cowork nasce fundamentalmente da conjugação de dois fatores: o aluguer de um espaço de trabalho a baixo custo, apetrechado com a tecnologia adequada, e o ambiente de criação / inovação que se promove no contacto entre as diversas valências profissionais que frequentam o espaço.

Numa sociedade em plena mudança, em crise continua, há que encontrar novas formas de criar valor, com recursos limitados. O desenvolvimento de ideias novas pode ser potenciado com a troca de experiências, que um espaço cowork facilita e promove.

A crise e o desemprego propiciam a iniciativa privada, que tem num espaço de cowork os ingredientes potenciais para criar e desenvolver projetos, encontrar parceiros e soluções, já que permite intercâmbio de funcionalidades e valências inexistentes nos espaços tradicionais. Tendo como objetivo a otimização de recursos, o cowork surge como a solução perfeita para os profissionais que estão na fase inicial de um novo projeto/negócio e não podem avançar com um espaço próprio.


Briefing | Como surgiu a ideia?

GG | A ideia surgiu da minha experiência em Paris, onde muitos dos espaços de trabalho em que estive inserido (devido à rotatividade da minha atividade) tinham em comum serem open space. Embora cada um deles tivesse uma identidade própria, foi muito interessante constatar a coexistência de arquitetos, paisagistas, designers, artistas, engenheiros, maquetistas, orçamentistas e outros, a trabalharem lado a lado.

Embora cada um deles atuasse em áreas profissionais distintas, e não necessariamente no mesmo projeto, existia uma partilha de conhecimento constante. Tal foi, sem dúvida, a base da inspiração para a criação de um projeto baseado num espaço open space multidisciplinar que potencie a aprendizagem e a partilha de conhecimentos entre as pessoas.

Briefing | Que expectativas tem para o negócio?

GG | A estratégia inicial para o projeto é a de criar massa crítica, experiência e ideias para promoção de espaços de aluguer, adaptados não só às exigências tecnológicas atuais, como aos desafios que a crise dita, nomeadamente na geração de negócios inovadores. O work’in Marquês é um projeto sem grandes ambições de retorno, devido à dimensão limitada do espaço disponível para aluguer. Digamos que se trata de um primeiro tijolo de uma construção que se irá erguendo em função do mercado e das oportunidades que se forem perspetivando. A diversificação para outras formas de rentabilização de espaços de aluguer, diferentes dos tradicionais, está no horizonte da Work’in Ideas Lda. O crescimento do negócio, como tal, deverá passar por fases de expansão e diversificação da oferta de espaços, para captar o maior número de valências que validem o conceito, permitindo um retorno consistente para os utilizadores (coworkers) e para os promotores. Em termos práticos, temos como objetivo ter o espaço completo em Maio, e a perspetiva de abrir novos espaços em 2013, noutras zonas da cidade de Lisboa.

Relativamente à oferta atual, a aposta da work’in Ideas Lda é na diferenciação do conjunto de serviços inovadores disponíveis aos coworkers, tais como atividades culturais, desportivas e recreativas. Com o intuito de dinamizar o cowork, os promotores tencionam fomentar parcerias de modo a facilitarem o intercâmbio de conhecimentos, experiências e soluções adaptáveis a cada profissional que adira ao conceito.

Os promotores – “senhorios” – passam de um papel passivo de arrendamento tradicional, para uma parceria cúmplice com os seus “inquilinos”, assegurando deste modo que ambos beneficiam com a transação.

Briefing | Em que medida é que o cowork é útil nos dias que correm?

GG | A crise exige uma postura de “re”, ou seja, repensar, reaprender, reavaliar, reconduzir… O cowork potencia essa postura através da partilha de conhecimento, da troca de ideias e da entre ajuda entre os diferentes profissionais. É em sessões de brainstorming que surgem novas formas de pensar, novas ideias e novas perspectivas. É a velha questão de pensar “out of the box“. Citando Henry Ford, “Coming together is a beginning. Keeping together is progress. Working together is success.

Numa fase em que as pessoas já quase só necessitam da internet e do telefone para trabalhar, existe um crescente isolamento das pessoas no local de trabalho. O cowork vem combater saudavelmente essa tendência, potenciando o networking e a comunicação entre as pessoas no seu local de trabalho, sendo que acreditamos ser mais saudável estar integrado num grupo de mentes vindas das mais diversas áreas do que isolados num escritório de quatro paredes, ou mesmo em casa.

Fonte: Briefing

 

Quarta-feira, 25 Janeiro 2012 13:24


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