Segundo Rúben de Almeida Domingues, Chief Strategy Officer da mediaedge:cia, a análise foi elaborada pelo Medialab, tendo por base
“a consulta interna do grupo, ao nível nacional e internacional”.
Segundo a análise apresentada pelo grupo, muitos consumidores
regressarão aos velhos hábitos de compra, abdicando do “estilo de vida
mais simples” adoptado durante a época de crise. Sofrendo o risco de se
regressar ao “paradoxo da escolha’ – o efeito paralisante de ter
demasiado onde escolher – muito presente antes da recessão, as marcas
devem, por isso, apresentar maiores vantagens para os consumidores ao
reduzir e simplificar o leque de escolhas.
Por sua vez, durante a crise, uma grande parte dos consumidores
descobriu os benefícios da partilha de informação através das redes
sociais para a procura de uma melhor relação qualidade-preço-valor.
Segundo as “guidelines” da mediaedge:cia esta tendência deverá
manter-se e, consequentemente, as marcas terão de compreender a
relevância das estratégias implementadas a este nível, mas acima de
tudo, o facto de, nas redes sociais, cada caso ser um caso. As
estratégias para o online devem por isso ter em conta a diversidade de
formas de utilização e de perfis de utilizadores.
Numa altura em que muitas empresas foram alvo de escândalos públicos,
redescobre-se cada vez mais os benefícios das acções de
responsabilidade social, que além de gerirem dividendos ajudam a
reconstruir a confiança do consumidor. Neste sentido, as marcas devem
“conversar” com os consumidores, no sentido de demonstrar que os
princípios morais e sociais têm de estar claramente integrados no
significado da marca. Os consumidores são conhecedores do
‘greenwashing’ e exigem uma evidência real do comportamento das marcas.
Desta forma, ao nível de consumo, as pessoas poderão vir a valorizar
cada vez mais os serviços prestados pelas empresas, como factor de
diferenciação para a escolha dos produtos.
A análise da mediaedge:cia afirma que num clima de redução do consumo e
pressão sobre os recursos mundiais, “alguns fabricantes estão a mudar a
sua abordagem, passando de conquistar e utilizar a natureza, para uma
utilização dos seus recursos com maior respeito e de uma forma mais
equilibrada”. No entanto, com o envelhecimento da população, será
necessário um maior leque de serviços e produtos orientados para o
“cuidado das pessoas”. Assim, as marcas que demonstrem maior
preocupação com o cuidado com os consumidores estarão melhor
posicionadas para prosperar.
Ao nível do público, o crescimento do rendimento das mulheres nos
próximos cinco anos, devido ao aumento do número de mulheres a serem
contratadas e à redução da diferença nos rendimentos, representa um
mercado emergente duas vezes o tamanho da China e da Índia juntas. O
estudo refere também existirem diferenças sobre a forma como as
mulheres gastam o seu dinheiro: “têm tendência a gastar mais em coisas
ligadas ao bem-estar das pessoas, como saúde e educação e tendem
igualmente a poupar mais, mostrando um comportamento financeiro menos
arriscado”. Consequentemente, esta mudança representa uma enorme
oportunidade para novos produtos e serviços, bem como um desafio de
comunicação para as marcas que tenham, tradicionalmente, utilizado um
tom ou posicionamento mais “masculino”. No entanto, embora o género
seja um elemento decisivo os marketeers têm que ter claro a que tipos
de mulheres se dirigem. Em suma, “Mulheres” não é uma definição de
target.
CK
Fonte: Mediaedge:cia