É já hoje que começa a muito aguardada 18.ª edição do MOTELX, com um retrato impressionante do melhor da produção de terror em mais de 100 filmes e uma programação que também comemora os 50 anos do 25 de Abril sem restrições. Na Sessão de Abertura, esta noite, a sala nobre do Cinema São Jorge recebe o remake americano do perturbador “Speak No Evil”, de James Watkins.
Está tudo pronto para o início do 18.º MOTELX e para o primeiro de sete dias arrebatadores onde o terror sublinha a sua rica vastidão de estilos e propostas.
Até 16 de Setembro, no Cinema São Jorge, e através do género que mais bem representa os tempos em que vivemos, há estreias, revisitações de clássicos, convidados nacionais e internacionais, apresentações, conversas e ainda cinco títulos outrora proibidos pela ditadura em Portugal.
Logo à noite, cabe a “Speak No Evil”, na versão de 2024 do filme dinamarquês que há dois anos, no Festival, venceu o Prémio Méliès d’argent – Melhor Longa Europeia, a honra de ocupar a Sala Manoel de Oliveira na tão ansiada Sessão de Abertura. Dirigido por James Watkins e com uma assombrosa *performance* do actor escocês James McAvoy, esta produção dos EUA volta a partilhar o quão desconfortável e sufocante podem ser umas aparentes férias de sonho.
Mas, no dia 10, o Festival arranca antes com o documentário “Dario Argento: Panico”, de Simone Scafidi, sobre o mítico mestre do cinema de terror europeu e mundial, e “The Plague of the Zombies”, de John Gilling, que inaugura o ciclo “A Bem da Nação: Os Filmes de Terror Proibidos pelo Estado Novo”, inserido no âmbito das comemorações dos 50 anos do 25 de Abril. Mais tarde, assiste-se à estreia europeia do japonês “House of Sayuri”, de Kôji Shiraishi.
Na quarta-feira, um dos grandes destaques vai para “Cartas Telepáticas”, a nova longa-metragem de Edgar Pêra, em estreia nacional, cujas imagens foram criadas exclusivamente em Inteligência Artificial, estabelecendo uma correspondência imaginária entre dois contemporâneos que nunca se cruzaram, Fernando Pessoa e H. P. Lovecraft. A não perder também “Cuckoo”, de Tilman Singer (presente no Festival), com Hunter Schafer e Dan Stevens; o primeiro filme da competição Méliès d’argent – Melhor Longa Europeia 2024 a ser exibido, “Planet B”, de Aude Léa Rapin; e a sessão inicial das curtas portuguesas na corrida pelo Prémio Méliès d’argent – Melhor Curta Europeia 2024.
“MaXXXine”, de Ti West, o terceiro e último capítulo da trilogia “X”, que consagra Mia Goth no cinema de género, é um dos principais protagonistas do alinhamento de 12 de Setembro. E junta-se a duas sugestões asiáticas – “Exhuma”, de Jang Jae-hyun, e “Tenement”, de Sokyou Chea (convidada) e Inrasothythep Neth – e ao alemão “In the Blind Spot”, de Ayşe Polat (outra convidada).
Uma sexta-feira 13 no MOTELX tem tudo para ser singular. Basta olhar para a ementa extra-forte e encontrar uma das estrelas desse dia, “The Substance”. O *body horror* da cineasta francesa Coralie Fargeat, com Demi Moore num dos melhores papéis da sua carreira, brilha ao lado de “Strange Darling”, de JT Mollner, que passa à meia-noite na Sala 3, e ainda da primeira longa grega de sempre no Festival, “She Loved Blossoms More”, de Yannis Veslemes. A irlandesa Aislinn Clarke e o brasileiro João Cândido Zacharias vêm apresentar os filmes “Fréwaka” e “A Herança”, respectivamente.
O fim-de-semana traz propostas para os mais novos, como “Flow”, a peculiar animação da Letónia, pelo realizador Gints Zilbalodis, que integra o Lobo Mau e explora o tema da ansiedade climática. No sábado, distinguem-se igualmente as estreias nacionais do *buddy movie* português “O Velho e a Espada”, de Fábio Powers (um dos dois títulos que completa a nova secção Sala de Culto), do violentíssimo filme indiano “Kill”, de Nikhil Nagesh Bhat, e do bizarro universo dos *bigfoot *em “Sasquatch Sunset”, de David e Nathan Zellner. Às 00h00, decorre uma *double bill* composta por “Handsome Guys”, de Nam Dong-hyup, e “Do Not Enter”, de Hugo Cardozo.
Domingo, 15 de Setembro, é dia de Sessão de Encerramento. Depois de anunciados os vencedores da 18.ª edição do MOTELX, “The Surfer”, de Lorcan Finnegan, com Nicolas Cage, invade o grande ecrã da Sala Manoel de Oliveira. Mas há mais: “The Soul Eater”, de Alexandre Bustillo e Julien Maury, realizadores garantidos no Festival, e a recuperação de “A Culpa”, uma comédia ácida sobre a sociedade portuguesa e a única experiência em ficção do maestro António Victorino D’Almeida, que também vai estar a apresentá-la.
Tanto no sábado como no domingo, à hora de almoço, são apresentados os títulos que competem pelo Prémio MOTELX – Melhor Curta de Terror Portuguesa 2024, com a presença dos cineastas.
Para o último dia, habituado a incluir apenas repetições e a exibição da curta e da longa europeia vencedoras, o Festival preparou um combo de novidades: os documentários “The Lie”, de Helena Coan, numa True Crime Night, e “So Unreal”, de Amanda Kramer; a derradeira obra do ciclo “A Bem da Nação”, com “10 Rillington Place”, de Richard Fleischer; e a Sessão Surpresa em parceria com a FilmTwist, para quem ousar picar o bilhete na Sala 3.
18.º MOTELX arranca hoje
Terça-feira, 10 Setembro 2024 11:39
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