Cannes Lions: Portugal é um país de desperdício criativo

 Cannes Lions: Portugal é "um país de desperdício criativo"

“Portugal é um país de desperdício criativo”. Não por falta de criatividade, e não só por falta de dinheiro, mas por falta de confiança, de cultura e de estratégia. Quem o afirma ao Briefing é o designer Pedro Albuquerque, um dos cinco jurados portugueses na 60ª edição de Cannes Lions.

A poucos dias do festival, que começa a 16, o fundador da Pedro Albuquerque Design faz uma leitura positiva do aumento do número de trabalhos inscritos, considerando que “cada vez mais as indústrias criativas procuram plataformas globais de promoção dos seus trabalhos em detrimento das plataformas locais”. “All in” em Cannes – resume.

Também os trabalhos portugueses cresceram, o que constitui um sinal claro de que “a comunidade criativa aumentou, está melhor e a querer fazer”. Mas – lamenta – “o seu potencial está ainda longe de ser aproveitado para combater a crise e criar competitividade”. Pedro Albuquerque fala em desperdício criativo e dá como exemplo o Pavilhão de Portugal, criado por Siza Vieira para a Expo 98, e que está “abandonado”: “Diz tudo”.

Pedro é um dos cinco jurados nacionais nesta edição do festival. Extrapolando este número para o peso nacional no circuito internacional, afirma que a qualidade da criatividade portuguesa “já provou e continua a provar”. Neste momento – sublinha – “não depende tanto de si mas da internacionalização das marcas portuguesas, que tarda em acontecer”.

Em Design, a categoria em que é jurado, há 29 inscrições nacionais. Um número que cresceu exponencialmente em relação à edição anterior e é o maior aumento face às restantes categorias. É “um sinal de esperança para Portugal na medida em que mais design significa mais qualidade de vida, mais economia”.

Como jurado, “significa mais pressão quanto à imparcialidade”, comenta Pedro Albuquerque, referindo que, para merecer um leão de ouro, um trabalho de design deve possui uma relevância estética, simbólica e funcional fora do comum.

De Cannes, espera que Portugal traga leões e os criativos de volta: “Não os podemos perder…”

Fonte: Briefing

Terça-feira, 11 Junho 2013 11:08


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