O diretor criativo da Leo Burnett considera que Portugal está a viver um ótimo ano para a criatividade, independentemente dos leões conquistados. “Há muitos bons trabalhos no país, que se calhar não ganharam um leão, mas continuam igualmente relevantes”. Por isso, afirma que a criatividade já estava no mercado, as oportunidades é que voltaram a surgir e os criativos conseguiram aproveitá-las.
Além disso, Steve salienta que esta edição do Cannes Lions foi mais criteriosa. “Este tópico fez parte de boa parte das conversas lá. Distribuíram-se menos leões, os jurados foram mais técnicos, os presidentes de júri mais rigorosos…”, comenta. Assim, diz, gerou-se o consenso de que a fasquia subiu e de que esta, provavelmente, seria a diretiva para os próximos anos. “Se este já foi um grande ano para Portugal em Cannes, todos podemos ficar ainda mais orgulhosos depois de saber que foram 8 leões com este nível de exigência”.
Apesar da exigência, as Leo arrecadou uma “prata”, com a campanha “Aula de Impacto”, desenvolvida para a Brisa. Um trabalho que esteve em destaque em sites internacionais de criatividade e que obteve “milhares de visualizações”. Um impacto que, segundo o diretor, não significa que se vá ganhar um leão.
“Li um comentário de um jurado deste ano a dizer que ‘milhões de visualizações já é algo que não impressiona na sala do júri’. É preciso ser pertinente, mostrar que estas visualizações geraram, de facto, algum impacto”.
Isto porque, independentemente da repercussão que um trabalho possa ter tido anteriormente, diz Steve que a edição deste ano do festival provou que não existe o “já ganhou”, só porque o trabalho “viralizou” ou porque toda a gente o viu em sites especializados da área.